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Sociedade Brasileira de Pediatria | Relatório 2017 - 2018 41 É neste conturbado contexto que a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) vem a público conclamar mais uma vez todos os cidadãos e todas as instituições do País (públicas e privadas) a se unirem, efetivamente, em torno da defesa ampla, integral e sem concessões do maior patrimônio nacional: seus mais de 60 milhões de crianças e adolescentes, jovens com até 19 anos. Ao submetê-los às consequências desse cenário complexo e de alta voltagem negativa, sem oferecer-lhes medidas de proteção nos diferentes campos da vida em sociedade, o Brasil corre o sério risco de comprometer o seu próprio futuro. Nós, médicos pediatras, comprometidos historicamente com a defesa dessa população, recusamo-nos a ficar em silêncio diante tamanhos abusos e omissões. A criança é o único ser em situação de vulnerabilidade absoluta, que ruma em direção à aquisição de sua autodeterminação, tornando-se, aos poucos e ao longo do tempo, cada vez mais autônomo.Se a sociedade organizada não a proteger em sua integralidade, a criança chegará em sua vida adulta marcada por vieses pessoais e sociais e irremediavelmente corrompida. Por isso, nesse outubro, mês dedicado à infância, apresentamos as seguintes propostas, as quais devem ser consideradas pelos gestores, pelos políticos, pelos magistrados, pelos membros do Ministério Público, pelos empresários, pelos trabalhadores, pelos pais e professores, por todos os brasileiros, como itens de uma agenda mínima (pública e urgente), cuja implementação ajudará no resgate dos direitos da infância e da adolescência. Sendo assim, a SBP DEFENDE que: Continua... - Os leitos de internação na rede pública sejam oferecidos em número necessário ao atendimento de crianças e de adolescentes em casos de tratamentos eletivos; - Os medicamentos e outros insumos fundamentais ao bom atendimento nos hospitais, postos de saúde e outros serviços sejam disponibilizados aos profissionais e pacientes e seus familiares; - Os pais e os responsáveis sejam conscientizados e orientados sobre a importância de se manter em dia o calendário de vacinação dos filhos, contrapondo-se à orientações contrárias e equivocadas; - O pediatra, pela sua formação e capacitação para assistir e orientar as crianças e os adolescentes e suas famílias, seja devidamente valorizado e ocupe o papel central na assistência às crianças e aos adolescentes, colaborando com a promoção da saúde, a prevenção de doenças e a oferta de adequado tratamento em todas as unidades primárias, secundárias e terciárias; - Programas para mudança de hábitos de vida, protagonizados por pediatras e toda a equipe de saúde, sejam estabelecidos, com foco no estímulo à alimentação correta; na promoção da atividade física, com criação de espaços e suporte profissional competente; e no repasse de informação sistematizada sobre como orientar o desenvolvimento intelectual das crianças e suas relações sociais saudáveis, sempre com respeito e dignidade. NOCAMPODA SAÚDE

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