Publicado/Atualizado: agosto/2025
Departamento Científico de Dermatologia
O prurigo estrófulo é uma doença de pele comum na infância, causada por reações de hipersensibilidade à saliva de insetos. Essa resposta provoca lesões de pele chamadas pápulas, que coçam muito e podem durar vários dias.
Qualquer pessoa pode apresentar, mas crianças entre 2 e 10 anos são as mais afetadas, pois o organismo ainda não desenvolveu tolerância às picadas. Pessoas com histórico de alergias, como rinite e dermatite atópica, também podem reagir mais.
Os principais agentes são:
• Insetos voadores (mosquitos e pernilongos): provocam lesões em áreas expostas;
• Insetos “andadores” (pulgas e percevejos): causam lesões em regiões cobertas pelo vestuário;
• Carrapatos: menos frequentes, mas também podem induzir a doença.
Durante a picada, os insetos liberam saliva com substâncias como anestésicos e anticoagulantes. Em crianças suscetíveis, isso desencadeia respostas imunológicas locais. A reação evolui em diferentes estágios: do período de indução (sem lesões visíveis) até a tolerância, quando a resposta desaparece. O prurido intenso é a principal queixa, podendo haver escoriações e crostas.
A lesões são caracterizadas por pequenas elevações avermelhadas na pele (pápulas), que coçam bastante e às vezes apresentam uma bolinha de líquido (vesícula) ou uma casquinha (crosta) no centro. Podem aparecer isoladas, em grupos ou no padrão conhecido como “café da manhã, almoço e jantar” (três lesões alinhadas ou próximas). As lesões podem estar em diferentes estágios ao mesmo tempo e, em geral, duram de alguns dias até duas semanas. Dependendo do inseto causador, surgem em locais diferentes: as pulgas causam lesões em tronco, poupando as nádegas; já os percevejos, em tronco, rosto e até pálpebras.
Sim. A prevalência varia: estudos internacionais mostram 1% a 25% das crianças, dependendo da região. A doença é mais frequente em regiões tropicais, quentes e úmidas, principalmente nos meses mais quentes.
A prevenção combina barreiras físicas (roupas compridas, mosquiteiros, telas nas janelas) e controle ambiental (eliminar criadouros de mosquitos, aspirar tapetes e sofás para evitar pulgas). O uso de repelentes pode ajudar no controle dos sintomas.
Manter as unhas curtas e limpas, usar roupas leves de algodão e aplicar compressas frias nas lesões. O pediatra pode indicar medicamentos para aliviar o desconforto. Casos graves ou recorrentes devem ser acompanhados para orientação sobre prevenção, controle ambiental e manejo adequado das lesões.
Apesar de geralmente benigno, a doença causa desconforto intenso e pode gerar ansiedade para a criança e seus familiares. Diagnóstico precoce, medidas preventivas e tratamento adequado reduzem os sintomas e ajudam a prevenir complicações.