PEDIATRIA EM FAMÍLIA New

Publicado/atualizado: dezembro/2025

Grupo de Trabalho de Criança, Adolescente e Natureza

• Por que falar de crise climática com as crianças?

Porque elas já escutam sobre o assunto em casa, na escola ou nas redes sociais. Se os adultos se calam, a criança pode imaginar cenários ainda piores ou ter acesso a informações erradas. Conversar de forma aberta e honesta traz segurança, esperança e confiança.

• Como explicar o que é a crise do clima de forma simples?

Você pode usar comparações fáceis: por exemplo, dizer que o planeta está ficando “com febre” porque tem muito gás poluindo o ar, como se fosse um cobertor muito grosso que esquenta demais a Terra.

• Crianças pequenas não vão ficar assustadas?

Depende da forma como falamos. O segredo é equilibrar informação com acolhimento. Para crianças menores, o foco deve ser brincar e se conectar com a natureza, mostrando o que há de bonito e vivo no mundo.

• O que fazer se meu filho tiver medo ou ansiedade sobre o futuro?

Escute com calma, acolha os sentimentos e mostre exemplos positivos: comunidades que se unem em enchentes, jovens que criam soluções, escolas ou comunidades que plantam hortas ou miniflorestas. A ação dá esperança e diminui o medo.

• Que tipo de informação dar para diferentes idades?

- 5 a 8 anos: brincar na natureza, separar o lixo, plantar juntos.

- 9 a 12 anos: falar de como enchentes e calor afetam pessoas diferentes, estimular perguntas e mostrar soluções coletivas.

- Adolescentes: apoiar o engajamento em projetos, debates e até nas escolhas políticas.

• Como evitar que a criança se sinta culpada pelos problemas do planeta?

Explique que a crise climática é responsabilidade dos adultos, governos e empresas. As crianças podem ajudar, mas não devem carregar o peso sozinhas. É um desafio coletivo e todos precisamos agir juntos.

• Que atitudes práticas posso mostrar em casa?

Separar resíduos, reduzir plásticos, economizar energia, andar mais a pé, plantar uma horta ou árvore. São ações simples que mostram às crianças que pequenas mudanças fazem diferença.

• É importante falar também de justiça climática?

Sim. Explique que os impactos não são iguais para todos: enchentes atingem mais quem mora em áreas de risco e o calor forte prejudica quem não tem sombra ou transporte adequado. Converse com as crianças sobre a importância de que os investimentos em soluções devam focar nessas pessoas em primeiro lugar.

• O contato com a natureza ajuda nessa conversa?

Muito. Passeios em locais seguros, acompanhadas de um adulto atento, como praças, parques e áreas verdes aproximam a criança da vida natural. Quem ama e valoriza a natureza entende melhor porque precisamos cuidar dela.

• Como manter a esperança viva?

Mostrando que já existem soluções e muita gente trabalhando para melhorar o planeta. Diga que mudanças são possíveis, que cada atitude conta, e incentive seu filho ou filha a ter ideias próprias para ajudar.