Publicado/atualizado: agosto/2025
Departamento Científico de Oncologia
O neuroblastoma é um tipo de câncer que se origina em células imaturas do sistema nervoso perifé-rico. Ele costuma afetar com maior frequência as glândulas suprarrenais, que estão localizadas acima dos rins, mas também pode surgir em outras partes do corpo, como abdome, tórax, pescoço, crânio ou coluna vertebral.
O neuroblastoma é o tumor solido mais comum em menores de um ano. A maioria dos casos ocorre em crianças com menos de 5 anos de idade, sendo mais frequente entre 1 e 2 anos.
Os sintomas variam dependendo de onde o tumor está localizado, mas podem incluir: aumento do volume abdominal com massa palpável; dor abdominal ou em dorso; perda de peso e falta de apetite; febre sem causa aparente; hematomas periorbitários com ou sem proptose ocular (protrusão anormal de um ou ambos os olhos para fora da órbita); dor em membros secundárias às metástases ósseas ou dificuldade para andar ou mexer os braços ou pernas (quando afeta a medula espinhal).
O médico pode solicitar exames de imagem, como ultrassom, tomografia ou ressonância magnética, além de exames de sangue e urina. Para confirmar o diagnóstico patológico, é necessário fazer uma biópsia, ou seja, a retirada de uma amostra do tumor para análise.
Trata-se de um grupo de doenças bastante heterogêneo e o prognóstico pode variar de caso para caso. Existem formas mais leves, que desaparecem sozinhas ou resolvem com a ressecção cirúrgica, e for-mas mais agressivas, que exigem tratamento intensivo com quimioterapia, cirurgia, radioterapia, transplante de células tronco hematopoiéticas (transplante de medula) e imunoterapia. Por isso, é importante fazer uma classificação do risco (baixo, intermediário ou alto), após o diagnóstico da doença, que deve ser realizada pelos especialistas.
A classificação leva em conta vários critérios como: a idade da criança; o tamanho e localização do tumor; se há metástases e ainda pelas características biológicas e moleculares das células do tumor. Esses fatores ajudam a definir o melhor tratamento.
O tratamento depende da classificação (estadiamento e risco) da doença. Pode incluir:
• Cirurgia para retirada do tumor;
• Quimioterapia;
• Radioterapia em alguns casos;
• Imunoterapia e transplante de células troco hemapoiéticas, para casos de alto risco.
Alguns tratamentos podem causar efeitos adversos, como queda de cabelo, vômitos, cansaço, feri-das na bôca e alterações no hemograma e na defesa de infecções. Mas toda a equipe médica traba-lha para controlar o desconforto determinado pelo tratamento. O cuidado é realizado por uma equipe multidisciplinar especializada, que também apoia a família.
Sim. As chances de cura variam conforme o tipo e o estágio da doença. Casos de baixo risco têm ótimas respostas terapêuticas, enquanto os de alto risco são mais desafiadores e exigem tratamento intensivo, mas uma proporção de pacientes conseguem se recuperar completamente.
Os pais são parte fundamental da recuperação. É importante:
• Estar presente e dar apoio emocional a criança;
• Seguir corretamente as orientações médicas;
• Garantir que a criança tome os medicamentos corretamente;
• Procurar os médicos em qualquer situação de emergência;
• Procurar ajuda quando se sentirem sobrecarregados