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O que é Hepatite Viral?

Publicado/atualizado: setembro/2025

Departamento Científico de Hepatologia

  • O que é hepatite?

O 
Hepatite é uma inflamação do fígado — um órgão importante para a digestão e eliminação de toxinas. Esse problema pode acontecer por diferentes motivos, como infecção por vírus hepatotrópicos (A, B, C, D e E) além de outros vírus, medicamentos, toxinas, distúrbios metabólicos ou doenças autoimunes.

  • Quais são os tipos virais mais comuns?


Os vírus que mais frequentemente causam hepatite são os tipos A, B e C. Os tipos D e E existem, mas são menos frequentes. A hepatite A costuma ser leve e autolimitada, enquanto B e C podem se tornar crônicas e levar a complicações se não tratadas. As hepatites virais são a causa mais comum de doença no fígado na população pediátrica.

  • Quais são as formas de transmissão da hepatite viral?

A forma de transmissão da hepatite depende do tipo de vírus envolvido. As hepatites A e E são transmitidas principalmente pela via fecal-oral, quando a pessoa ingere água ou alimentos contaminados. Já as hepatites B, C e D são transmitidas pelo contato com sangue ou fluidos corporais, o que pode ocorrer por meio do compartilhamento de agulhas e instrumentos perfurocortantes, em relações sexuais sem proteção ou ainda de mãe para filho durante o parto.

  • Quais são os sintomas mais comuns?

Os sintomas mais comuns são cansaço, dor na barriga, mal-estar, náuseas, vômitos, urina escura, fezes claras e icterícia (pele ou olhos amarelados). A icterícia é o sintoma mais frequente, presente em mais de 90% dos casos de hepatite aguda de etiologia viral ou desconhecida.

  • Meu filho pode pegar hepatite na escola?


A chance é muito baixa. A hepatite B raramente é transmitida entre crianças no ambiente escolar, já que o contato com sangue ou fluidos em quantidade suficiente para passar o vírus quase não acontece na rotina escolar. No caso da hepatite A, a principal forma de transmissão é pela ingestão de água ou alimentos contaminados, e não pelo contato direto entre os colegas. Assim, surtos em escolas são incomuns, especialmente em locais com boas condições de higiene e saneamento. Manter a vacinação em dia e reforçar hábitos simples, como lavar as mãos, já é suficiente para reduzir ainda mais esse risco.

  • Como confirmar o diagnóstico?


A confirmação da hepatite exige a combinação de testes em exame de sangue para confirmar a inflamação do fígado através da dosagem de enzimas hepáticas, avaliar se o fígado está funcionando de forma adequada. Em relação à causa da hepatite realiza-se testes específicos para os vírus (IgM, IgG, antígenos virais) e, quando necessário, testes moleculares para detecção do material genético viral, permitindo diferenciar infecção aguda, crônica, resolvida e imunidade vacinal, além de orientar o manejo clínico.

  • A hepatite pode ser uma doença grave?


É importante saber que todas as hepatites virais têm potencial para complicações sérias. Em casos mais raros, a infecção pelo vírus da hepatite A, e também B, pode evoluir de forma rápida para insuficiência hepática aguda (hepatite fulminante), um quadro grave que ameaça a vida e pode exigir transplante de fígado. Já as hepatites B e C preocupam especialmente porque podem se tornar crônicas. Nessas situações, o vírus permanece no organismo por muitos anos, causando lesões progressivas no fígado que aumentam o risco de cirrose (endurecimento e perda da função do fígado) e câncer de fígado.

Portanto, embora muitas vezes a hepatite seja uma doença leve e passageira, existe a possibilidade de evolução para formas graves. Isso justifica a importância da vacinação contra hepatite A e B, do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico adequado.

  • Existe tratamento para hepatite?


Sim. A hepatite A e E geralmente são tratadas com suporte clínico — repouso, hidratação e boa alimentação. As hepatites B e C podem exigir uso de antivirais. O tratamento para hepatite C, em particular, é hoje bastante eficaz, com altas taxas de cura.

  • Como prevenir a hepatite?


A prevenção da hepatite envolve algumas medidas simples e eficazes. A vacinação contra hepatite A e B, disponível no SUS, é fundamental. Além disso, é importante manter a higienização adequada das mãos e dos alimentos, garantir o uso de água filtrada ou segura, evitar compartilhar objetos cortantes como escovas de dente, lâminas e alicates, e utilizar preservativos nas relações sexuais, quando aplicável.



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