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Aleitamento Materno: 10 Perguntas e Respostas para Famílias

Publicado/atualizado: agosto/2025

Dra. Daniela Marques LM Ferreira

Membro do Departamento Científico da Sociedade Brasileira de Pediatria

1.Por que o leite materno é considerado o padrão ouro para alimentação do bebê?

O leite materno é completo: fornece água, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais na medida certa para cada fase do bebê. Ele também contém anticorpos e células vivas que ajudam a proteger contra infecções e alergias. Além disso, reduz o risco de doenças respiratórias, diarreia, obesidade e diabetes no futuro. É um alimento natural, gratuito e sempre pronto para ser oferecido, sem necessidade de preparo. Amamentar também promove o vínculo afetivo e o desenvolvimento emocional e cognitivo do bebê.

2. Até quando o bebê deve ser amamentado?

A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Organização Mundial de Saúde é que o aleitamento materno seja exclusivo até os 6 meses de vida, ou seja, sem água, chás ou outros alimentos. A partir dos 6 meses, deve-se iniciar a alimentação complementar saudável, mantendo o leite materno como principal fonte de nutrição até os 2 anos ou mais. Quanto mais tempo o bebê for amamentado, maiores são os benefícios para sua saúde e para a saúde da mãe.

3. O leite “fraco” realmente existe?

Não. Essa ideia é um mito. O leite materno muda de composição ao longo da mamada e do dia para atender às necessidades do bebê. No início da mamada, o leite pode parecer mais claro pois é rico em água para saciar a sede e, ao final, torna-se mais espesso. Toda mulher é capaz de produzir leite suficiente, desde que o bebê mame com frequência e em livre demanda. Quando há dificuldades, geralmente estão ligadas à técnica incorreta de amamentação. Por isso, o acompanhamento profissional nas primeiras semanas é essencial para corrigir qualquer problema logo no início e garantir uma amamentação bem-sucedida.

4. Amamentar dói?

Não é normal sentir dor ao amamentar. A dor geralmente indica que o bebê está com a pega incorreta da mama. Quando a pega está certa, a mamada é confortável para a mãe e eficiente para o bebê. Fissuras nos mamilos, sangramentos ou empedramento das mamas devem ser avaliados por um profissional. O ideal é procurar orientação o quanto antes para corrigir a posição, evitar complicações e manter a amamentação de forma prazerosa e tranquila.

5. Posso amamentar se estiver gripada ou com COVID-19?

Sim. A amamentação deve ser mantida mesmo que a mãe esteja gripada, resfriada ou com COVID-19. O leite materno transmite anticorpos que ajudam a proteger o bebê. A mãe deve adotar cuidados como lavar bem as mãos antes de tocar no bebê e usar máscara durante a mamada, se estiver com sintomas respiratórios. Não há evidência de que o leite materno transmita o coronavírus ou outras viroses comuns.

6. Como saber se o bebê está mamando o suficiente?

Sinais de que o bebê está mamando bem incluem: mamar em livre demanda (8 ou mais vezes por dia), ganhar peso de forma adequada, urinar várias vezes ao dia com urina clara e fazer cocô pastoso e amarelado após as mamadas. Além disso, o bebê demonstra estar satisfeito após mamar e dorme tranquilo. Choro frequente não significa, por si só, que o leite é insuficiente. Consultas regulares com o pediatra ajudam a acompanhar esse processo.

7. É possível amamentar e trabalhar fora ao mesmo tempo?

Sim. A mãe que retorna ao trabalho pode manter a amamentação ordenhando o leite e armazenando-o corretamente. O leite pode ser mantido em geladeira por até 12 horas ou congelado por até 15 dias. A legislação trabalhista brasileira garante dois intervalos de 30 minutos durante o expediente para amamentação ou ordenha ou a saída uma hora mais cedo, até os 6 meses da criança. Algumas empresas também oferecem salas de apoio à amamentação onde a mãe pode ordenhar e manter o leite refrigerado até poder retornar para casa.

8. Preciso dar água ou chá nos dias quentes?

Não. O leite materno já contém toda a água que o bebê precisa, mesmo nos dias mais quentes. A introdução de água, chás ou sucos antes dos 6 meses pode prejudicar a absorção de nutrientes e aumentar o risco de infecções. Além disso, esses líquidos podem reduzir a fome do bebê, levando à menor produção de leite. O ideal é manter o aleitamento exclusivo e oferecer o peito com mais frequência nos dias de calor.

9. Existe alguma posição ideal para amamentar?

A melhor posição é aquela confortável para a mãe e que permita ao bebê uma boa pega da mama. Algumas opções incluem: tradicional (sentada com o bebê no colo), invertida (posição de “bola de futebol americano”), deitada lado a lado e “cavalinho” (com o bebê sentado). O importante é que o bebê esteja com a barriga voltada para a mãe, boca bem aberta e abocanhando a aréola, não apenas o mamilo. Uma boa posição evita dor e facilita a sucção.

10. Onde posso buscar ajuda se estiver com dificuldades para amamentar?

Agende uma consulta com o pediatra na Unidade de Saúde mais próxima. Existe também a opção dos Bancos de Leite Humano e grupos de apoio a amamentação. Esses serviços têm profissionais capacitados para orientar sobre pega, posição, ordenha e armazenamento. Buscar ajuda precoce faz toda a diferença para o sucesso da amamentação!


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