Publicado/atualizado: agosto/25
Doutor Marcos Reis Gonçalves
Departamento Científico de Alergia e Imunologia
É um tratamento que expõe o paciente a pequenas doses da substância à qual ela é alérgica (como pólen, ácaros ou veneno de insetos) de forma controlada. O objetivo é “ensinar” o sistema imunológico a reagir menos a esse alérgeno, reduzindo sintomas e prevenindo crises no futuro.
É indicada principalmente para rinite alérgica, asma alérgica, alergia a picadas de abelhas, vespas ou formigas, e algumas conjuntivites alérgicas. Só pode ser feita quando a causa da alergia está bem identificada por testes específicos.
Ela não garante cura completa, mas pode reduzir muito os sintomas, diminuir o uso de medicamentos e melhorar a qualidade de vida. Em alguns casos, os benefícios podem durar anos mesmo após o fim do tratamento.
Existem duas formas: injeções aplicadas no consultório ou gotas colocadas debaixo da língua em casa. As doses começam muito pequenas e vão aumentando até alcançar a dose de manutenção.
Para ter efeito duradouro, o tratamento deve ser feito por pelo menos 3 anos. Interromper antes pode reduzir os resultados. Quando bem indicado e realizado de forma correta, seus benefícios podem permanecer por muitos anos após o término, em alguns casos ultrapassando 10 anos.
Sim, quando indicado corretamente e acompanhado por médico especialista. Reações leves, como coceira no local da aplicação, são comuns. Reações graves são raras, mas o tratamento deve sempre ser feito sob supervisão médica.
Não há uma idade mínima fixa, mas normalmente é indicada a partir de 5 anos. Em casos de alergia grave a picadas de insetos, pode ser considerada antes, conforme avaliação médica.
Durante o tratamento, muitas vezes é possível reduzir a quantidade de remédios, mas eles podem ser necessários em algumas situações. A decisão é individualizada.
Não. Ela não funciona para alergias alimentares, urticária crônica ou dermatite atópica isolada. O tratamento é eficaz apenas para alergias com mecanismo a alérgenos bem definidos.
É necessário avaliação com pediatra alergista, que fará a história clínica, exame físico e testes para identificar o alérgeno. Só então será possível indicar ou não o tratamento.
A imunoterapia não é indicada como tratamento principal para a dermatite atópica. Mas em casos específicos — quando a criança tem sensibilização comprovada a ácaros e, também, apresenta rinite ou asma — ela pode ser considerada como tratamento complementar. Sempre deve estar inserida em um plano que valorize hidratação da pele, controle ambiental e uso adequado de medicamentos anti-inflamatórios.