Levantamento aponta que 20 em cada cem mil crianças podem desenvolver o diabetes tipo 1 a cada ano no Brasil
Celebrado desde 1991, o Dia Mundial do Diabetes (14 de novembro) foi instituído pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e IDF (Federação Internacional de Diabetes) para reforçar a importância da conscientização sobre a doença, que deve afetar 1,3 bilhão de pessoas em todo o mundo até o ano de 2050. Com alta incidência, o problema não é exclusivo dos adultos. O número de crianças que sofrem com o diabetes vem crescendo significativamente e preocupando especialistas. Informações do Instituto Albert Einstein mostram que, por ano, 20 em cada 100 mil crianças e adolescentes brasileiros podem desenvolver o tipo 1 da doença.
O desenvolvimento do diabetes tipo 1 pode acontecer em qualquer fase da infância, mas normalmente acomete crianças entre quatro e seis e entre dez e 14 anos. “Esta é uma das doenças crônicas mais comuns neste público. Não há como evitar o problema, mas o diagnóstico precoce ajuda a oferecer qualidade de vida ao paciente”, explica a presidente da SGP (Sociedade Goiana de Pediatria), Valéria Granieri.
Outra derivação do diabetes, o tipo 2, apesar de ser menos comum nas crianças, vem se tornando frequente devido ao aumento de outras doenças como, por exemplo, a obesidade. “Essa é uma questão que deve ser levada com seriedade pelas famílias. A obesidade é fator de risco para o diabetes. Hoje no país temos mais de 3,1 milhão de crianças obesas”, comenta a pediatra.
Diferenças entre diabetes tipo 1 e 2
O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune que faz com que o sistema imunológico ataque as células produtoras de insulina no pâncreas. A causa exata deste processo ainda não é totalmente conhecida. A idade do diagnóstico geralmente vem na infância ou adolescência e o tratamento principal é a administração de insulina diariamente. “Essas pessoas não produzem insulina e dependem da injeção para controlar os níveis de glicose no sangue”, detalha Granieri.
Já o tipo 2 está associado a fatores relacionados ao estilo de vida, como obesidade, sedentarismo e dieta inadequada. A resistência à insulina é a principal característica dessa variação da doença. O diagnóstico é mais comum em adultos, mas tem se tornado mais frequente em crianças e adolescentes devido ao aumento da obesidade infantil. A especialista explica que o tratamento envolve mudanças na alimentação e inclusão de atividades físicas na rotina e, em casos específicos, medicamentos orais ou injeções de insulina. “Esse é o tipo que pode ser prevenido, mas com o aumento de comidas industrializadas no dia a dia das famílias e as horas a mais em frente às telas, o diabetes está atingindo cada vez mais as crianças.”
Complicações do diabetes em crianças
A glicose no sangue pode oscilar, levando a episódios de hipoglicemia (níveis de açúcar no sangue muito baixos) ou hiperglicemia (níveis de açúcar no sangue muito altos). Ambos podem causar sintomas incômodos e, em casos extremos, levar a desmaios ou crises. As complicações agudas também fazem parte do problema. Elas incluem a cetoacidose diabética, uma condição potencialmente fatal que pode ocorrer em crianças com diabetes tipo 1. Ela se desenvolve quando o corpo não tem insulina suficiente para processar a glicose e começa a quebrar as gorduras para obter energia, levando à formação de cetonas no sangue.
Na lista de complicações, os problemas cardiovasculares, renais, neurológicos, oculares e relacionados ao crescimento e desenvolvimento também aparecem. “Algumas comorbidades podem se desenvolver rapidamente e outras podem vir ao longo dos anos. É importante fazer o tratamento correto e jamais deixar de seguir as recomendações médicas ”, finaliza a pediatra.
Fonte: Assessoria de comunicação/ SGP
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