Segundo a Sociedade Goiana de Pediatria, método proposto pelo governo federal só funciona se for combinado com políticas educacionais e serviços de saúde qualificados
A abstinência sexual por si só não previne a gravidez na adolescência. Esse método pode até ser adotado, mas desde que combinado com orientações médicas sobre anticoncepção, de acompanhamento dos adolescentes por pediatras no SUS, de políticas públicas de educação sexual, autoestima e autocuidado, e de campanhas de divulgação nas escolas e na mídia para incentivar o uso de anticoncepcionais e preservativos. É o que defende a SGP.
Na Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, iniciada no último sábado (1), a SGP alerta que esse método é pouco efetivo e mais oneroso para os cofres públicos. Segundo a Sociedade Goiana de Pediatria, a experiência recente dos Estados Unidos, semelhante ao que pretende fazer o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, mostrou que o estímulo à abstinência sexual na adolescência traz baixos resultados e requer altos custos quando realizado isoladamente, sem os devidos recursos científicos.
"É no consultório médico, com o pediatra ou ginecologista, que o adolescente pode receber informações adequadas sobre métodos comprovadamente eficazes de contracepção. Nas consultas, esses profissionais sempre enfatizam a necessidade de dupla proteção, ou seja, do uso de anticoncepcional associado ao preservativo", argumenta a médica Marise Helena Cardoso Tofoli, que é presidente da Sociedade Goiana de Pediatria.
Posicionamento
Marise informa que um ofício com essas considerações já foi encaminhado pela SBP ao Ministério da Saúde. A médica explica que a manifestação da SBP visa a esclarecer ao governo federal as razões da ineficácia da abstinência sexual entre a população com até 19 anos. Segundo ela, isso pode evitar o uso de recursos públicos na campanha que, para a SBP, tende a propagar informações que pouco acrescentam na prevenção à gravidez precoce e na proteção da saúde reprodutiva e sexual.
Nota da SBP
Baseada em evidências científicas, a Sociedade Brasileira de Pediatria emitiu nesta semana uma nota oficial afirmando que a ausência do uso de anticoncepcionais, as dificuldades de acesso a programas de planejamento familiar e a falta de informações adequadas têm contribuído ativamente para o aumento da gravidez entre o público adolescente.
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