Complicação ocupa o terceiro lugar no ranking de mortes de bebês logo após o nascimento. Presença de profissionais treinados no centro cirúrgico reduz as chances de morte e de sequelas permanentes
A cada hora, pelo menos dois recém nascidos no Brasil passam por distúrbios relacionados à asfixia perinatal. O problema, considerado comum por especialistas, é alvo das discussões do Setembro Verde Esperança - uma campanha nacional encabeçada pelo Instituto Protegendo Cérebros, Salvando Futuros.
A gravidade da condição é evidenciada por índices preocupantes. Dados da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) mostram que a asfixia perinatal afeta mais de um milhão de bebês todos os anos no mundo. No Brasil, são 20 mil. “Lidamos com um problema que ocupa o terceiro lugar no ranking de mortes neonatais, representando 23% dos óbitos de recém-nascidos, além de ser a principal causa de lesão cerebral permanente”, explica a neonatologista e diretora da SGP (Sociedade Goiana de Pediatria), Renata Lorenzetti.
A prevenção é fator determinante para minimizar os impactos e as sequelas da asfixia perinatal. Apesar de não ser possível prever todos os casos, muitos deles podem ser evitados com um pré-natal adequado e a identificação do paciente de risco. Associado a isso, a presença de uma equipe treinada na sala de parto, incluindo o pediatra, reduz significativamente os riscos de complicações.
“Esses profissionais são responsáveis por reconhecer os sintomas da criança e restabelecer a ventilação pulmonar já nos primeiros minutos de vida. Pelo menos 60% dos prematuros e 10% dos recém-nascidos precisam de manobras para melhora da respiração, e a aplicação da técnica correta no momento certo faz com que a recuperação seja possível na maioria dos casos”, explica a presidente da SGP, Valéria Granieri.
Investimento público
Além de chamar a atenção para os cuidados com os pacientes que passam pela asfixia perinatal, a campanha Setembro Verde Esperança reforça para as autoridades que os custos diretos e indiretos que envolvem esses casos devem ser melhor aplicados. “As crianças dependerão do sistema de saúde por toda a vida e não terão oportunidade de ingressar no mercado de trabalho”, detalha Renata Lorenzetti.
Quando há sequelas envolvendo a asfixia perinatal, estas normalmente são irreversíveis. Paralisia cerebral, surdez, cegueira e deficiência cognitiva são as consequências mais comuns. Lorenzetti esclarece que nesses casos, o atendimento médico adequado deve ser complementado com avaliação na UTI neonatal, exames neurológicos específicos e monitoramento constante a fim de evitar crises convulsivas e piora no quadro do paciente. Nesse ponto, o SUS tem papel central.
“É muito importante termos a clareza dos fatos: quando falamos de asfixia perinatal estamos falando de uma questão de saúde pública,” finaliza Lorenzetti.
Fonte: Ascom SGP
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