Publicado/Atualizado: setembro/2025
Dr. Silvio da Rocha Carvalho
Departamento Científico de Gastroenterologia
É possível. Pela definição de Roma IV, o choro da cólica costuma ser previsível, acontecendo em determinados períodos do dia, geralmente no fim da tarde ou início da noite. O importante é observar se isso se repete várias vezes na semana e se dura mais de três horas em cada episódio.
Sim. O que se considera é o padrão repetitivo: se o bebê apresenta episódios frequentes de choro inconsolável, várias vezes na semana, por pelo menos uma semana, já pode se enquadrar no quadro de cólica, mesmo que não atinja as três horas exatas de duração em todos os dias.
Na grande maioria das vezes, não. A cólica é considerada um distúrbio funcional, ou seja, o intestino funciona normalmente, mas há imaturidade na adaptação do sistema digestivo e nervoso do bebê. Só investigamos algo mais sério se houver outros sinais de alerta, como sangue nas fezes, dificuldade para ganhar peso, febre ou recusa para mamar.
Se o bebê está crescendo bem, mamando, ganhando peso e não tem outros sintomas como febre, vômitos frequentes ou sangue nas fezes, geralmente não há motivo para preocupação. A cólica é desconfortável, mas não prejudica o desenvolvimento.
Não. O bebê pode chorar por frio, fome, fralda suja ou apenas porque quer colo. O diagnóstico de cólica só é considerado quando descartamos essas outras causas e o choro é recorrente, de difícil consolo, repetindo-se várias vezes na semana.
Não. O diagnóstico é clínico, ou seja, baseado no que os pais contam e no exame físico do bebê. Os critérios de Roma IV ajudam a diferenciar a cólica de outras doenças: choro frequente, sem outra explicação, em bebês saudáveis, com menos de 5 meses.
Pela experiência clínica e pelos critérios de Roma IV, a cólica é autolimitada: costuma começar nas primeiras semanas de vida, atingir o pico por volta de 6 a 8 semanas e melhorar bastante até os 3 ou 4 meses de idade, desaparecendo quase sempre antes dos 5 meses.