No dia 11 de junho, Sandra Josefina Ferraz Ellero Grisi, ocupante da cadeira nº 6 e atual presidente da Academia Brasil de Pediatria (ABP), recebeu o prêmio Dra. Yoshiko Asanuma Misawa, idealizado pelo Rotary Club de São Paulo - Paraíso, no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). Nesta 5ª edição, a pediatra foi homenageada por sua contribuição à especialidade, focando na saúde plena de crianças e adolescentes, e recebeu a monção das mãos do vice-presidente do Rotary Club, Dr. Horacio Yoshio Asanuma Misawa.
Conheça a professora Sandra Grisi:
A professora Sandra Josefina Ferraz Ellero Grisi formou-se médica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) em 1973 e desde a residência médica atuou no Departamento de Pediatria, do qual foi professora titular da Disciplina de Pediatria Preventiva.
Desde os primeiros anos de sua carreira a professora teve um papel muito importante na assistência, ensino e pesquisa, tendo como referencial os determinantes sociais da saúde e acompanhando a transição epidemiológica e as significativas mudanças observadas na sociedade ao longo dos últimos 50 anos.
Dessa forma, enquanto diretora da área de Emergência do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina, enfrentou a epidemia de meningite na década de 70 e foi uma das pioneiras nos estudos sobre a terapia de reidratação oral, fundamental para redução da mortalidade infantil por diarreia aguda. Trabalhou como assessora técnica junto a várias instituições governamentais, como a Organização Panamericana de Saúde - OPAS, na assistência ao surto de cólera na América Latina e na África, e com o Ministério da Saúde, no combate à morbimortalidade por doenças prevalentes da infância. Dentro desse cenário, atuou na consolidação das diretrizes da atenção primária e a articulação com a atenção secundária e terciária, para a formação de rede assistencial integral para a saúde da criança e do adolescente.
Com a redução da incidência de moléstias infecciosas decorrente das melhores condições de vida, as rápidas e significativas mudanças sociais e aumento da longevidade, surgiram novos desafios para garantir que as crianças cresçam e atinjam o seu pleno potencial de desenvolvimento, tornando-se adultos saudáveis, autônomos e produtivos para a sociedade. O rumo da disciplina de pediatria chefiada pela professora Sandra acompanhou esse movimento e os esforços passaram a ser direcionados para a assistência, para pesquisa, com a produção de conhecimento científico, e para a formação de profissionais de saúde preparados para lidar com as doenças crônicas e com os problemas de desenvolvimento e comportamento, as principais queixas pediátricas da atualidade.
Entre os diversos estudos sobre desenvolvimento da criança destacamos um projeto realizado em Boa Vista (RR), que acompanhou gestantes e seus filhos durante os três primeiros anos de vida com o objetivo de fortalecer o vínculo entre pais e filhos. Esse projeto trouxe grandes avanços na área e proporcionou uma enorme contribuição à população, modificando os serviços de saúde oferecidos e trazendo promoção social a uma região carente.
No período pós-pandemia, dedicou-se aos trabalhos de reintegração das crianças nas escolas, especialmente voltados para as sequelas emocionais causadas pelo isolamento e perdas familiares, colaborando com a ONG Instituto Criança é Vida.
Contribuiu na formação de alunos de medicina, pós-graduandos e residentes de pediatria, sendo a responsável por estabelecer uma diretriz curricular robusta e por idealizar e consolidar o atual programa de pediatria junto à Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e ao Conselho Nacional de Residência Médica (CNRM).
A professora Sandra Grisi sempre esteve à frente, inovando e transformando os rumos da pediatria brasileira. Continua atuante, agora como professora sênior do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e como presidente da Academia Brasileira de Pediatria (ABP), mantendo um legado inestimável para os pediatras, para as crianças e para a sociedade, pois sempre liderou diversas iniciativas com impactos sociais e humanitários.
Sheilla Knupp recebe medalha de Professora Emérita da UFRJ No dia 1º de abril, cinco professores da Faculdade de Medicina da UFRJ foram homenageados com o título de Professores Eméritos, em uma cerimônia solene realizada no prédio da Reitoria, entre eles Sheilla Knupp Feitosa de Oliveira, membro da Academia Brasileira de Pediatria, ocupante da cadeira nº 2.
O título de Professor Emérito é concedido a professores aposentados que se destacaram por serviços de relevância à universidade ao longo de sua trajetória acadêmica.
O evento contou com a presença de autoridades da instituição, entre elas o decano do Centro de Ciências da Saúde, professor Luiz Eurico Nasciutti; a vice-diretora da Faculdade de Medicina, professora Izabel Calland Ricarte Beserra, além do reitor e da vice-reitora da UFRJ, os professores Roberto Medronho e Cássia Turci, respectivamente.
Durante a cerimônia, o reitor destacou a importância do reconhecimento. “Os senhores fazem parte agora de uma galeria extremamente seleta de grandes nomes que a UFRJ, em especial a Faculdade de Medicina, já legou para este país. Nomes que fizeram história no Brasil inteiro, como Emílio Ribas, que dá nome ao maior hospital de infectologia do país; Hilário de Gouveia, Oswaldo Cruz, Miguel Couto, Carlos Chagas, Carlos Chagas Filho, Evandro Chagas… um “panteão” de grandes nomes que ajudaram a melhorar a qualidade de vida da nossa população”, afirmou Medronho.
Conheça a professora Sheila Knupp Feitosa:
A Dra. Sheila Knupp Feitosa de Oliveira é uma das mais respeitadas especialistas em Reumatologia Pediátrica no Brasil, com trajetória marcada por excelência acadêmica, dedicação ao ensino médico e relevantes contribuições científicas. Médica formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1973, concluiu o mestrado em 1977 e o doutorado em 1995, ambos em Pediatria. Sua formação inclui ainda um pós-doutorado no IRCCS Giannina Gaslini, em Gênova, Itália, entre 2004 e 2005.
Integrante do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFRJ, coordena o serviço de Reumatologia Pediátrica do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), onde atua desde 1989. Foi nesse mesmo ano que idealizou e estruturou o primeiro curso de especialização em Reumatologia Pediátrica do Rio de Janeiro, formando sucessivas gerações de especialistas na área.
Reconhecida nacional e internacionalmente, é membro titular da Academia Brasileira de Pediatria, ocupante da cadeira nº 2, e da Academia Brasileira de Reumatologia. Possui títulos de especialista em Pediatria, Reumatologia Pediátrica e Reumatologia, conferidos pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) e Associação Médica Brasileira (AMB). Participa como investigadora de projetos multicêntricos internacionais, como os conduzidos pelas redes PRINTO e PRES, voltados ao estudo da qualidade de vida e do tratamento de crianças e adolescentes com doenças reumáticas.
Já publicou cinco livros, entre eles referências nacionais em Reumatologia Pediátrica, além de mais de 170 capítulos, 110 artigos em periódicos científicos e mais de 400 comunicações em congressos. Também atua como revisora e membro de conselhos editoriais de periódicos nacionais e internacionais, como o Pediatric Rheumatology Journal Online e a Revista Brasileira de Reumatologia.
Foi presidente do Comitê de Reumatologia Pediátrica da SBR (1991–1992) e tem participação ativa em diversas entidades médicas, como a SBP, a SOPERJ e o CREMERJ. Em reconhecimento à sua carreira exemplar, foi homenageada em 2020 pelo projeto “Open Box da Ciência” como uma das 250 mulheres protagonistas da ciência brasileira.
Na terça feira dia 10 de junho de 2025, iniciaram-se as comemorações dos 15 anos da Fundação José Luiz Setúbal.
Na ocasião foram apresentados o relatório de atividades de 2024 da Fundação e os planos para os próximos 15 anos, que incluem a inauguração do novo complexo hospitalar com 300 leitos exclusivamente para atendimento pediátrico, sendo 120 de UTI.
O Sabará Hospital Infantil é referência em pediatria de pacientes complexos na cidade de São Paulo, e conta hoje com 160 leitos. Ao o novo hospital a ser entregue, acrescentarão 210 leitos.
A Fundação conta com Instituto de Ensino e Pesquisa, o Instituto Sandra Mutarelli Setubal – Pensi, e um Instituto de Advocacy, o Infinis. Todo esse complexo também ganhará casa nova em 2028/29, com uma nova sede de 13 mil m2, com salas de aulas, laboratórios de pesquisa, e 60 ambulatórios de especialidades pediátricas para atendimento da medicina suplementar e também do SUS. Atualmente, são atendidas cerca de 60 mil crianças na medicina suplementar e 13 mil no SUS.
Na festa do dia 10, estiveram presentes de vários membros da Academia Brasileira de Pediatria (ABP), os professores Magda Carneiro, Luciana Rodrigues Silva, Mario Santoro Jr., José Hugo de Lins Pessoa, José Luiz Setúbal, além do novo membro Clóvis Francisco Constantino, e dos presidentes atuais e anteriores da SPSP Sulim Abramovici e Renata Dejtiar Waksman.
Durante a cerimônia de abertura do XVIII Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva Pediátrica, realizado entre os dias 3 e 5 de julho de 2025, no Centro de Convenções Minascentro (MG), Jefferson P. Piva, pediatra e acadêmico da Academia Brasileira de Pediatra (ABP), foi homenageado pela sua relevante contribuição à especialidade no Brasil.
A entrega da placa de reconhecimento foi feita pela Dra. Helena Muller, presidente do Departamento de Medicina Intensiva da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), e pelo Dr. Luis Fernando A. Carvalho, presidente do congresso. A homenagem celebrou décadas de dedicação ao desenvolvimento da medicina intensiva pediátrica no país, com impacto direto na formação de profissionais, na construção de políticas públicas e na ampliação do cuidado especializado a crianças em estado crítico.
Conheça mais Jefferson Piva:
Jefferson Pedro Piva nasceu em 28 de dezembro de 1954, na cidade de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul. Desde os primeiros passos de sua formação, demonstrou uma inquietude intelectual e um olhar além-fronteiras. Entre 1966 e 1970, viveu em Santiago, no Chile, onde cursou parte do ensino secundário — experiência que certamente moldou sua visão de mundo e ampliou sua sensibilidade humana e cultural.
Graduou-se em Medicina em 1978 pela Faculdade Católica de Medicina de Porto Alegre (atual UFCSPA). Realizou residência em Pediatria no Hospital da Criança Santo Antônio, onde deu início a uma trajetória brilhante e transformadora na área da medicina intensiva pediátrica.
Ainda em 1980, mesmo antes de concluir a residência, foi convidado para implantar e coordenar a UTI Pediátrica do Hospital da Criança. Sob sua liderança, junto com as dras. Katia Giugno e Tania Rohde Maia, essa unidade tornou-se referência em todo o país, combinando excelência assistencial com compromisso acadêmico e científico.
Sua busca por conhecimento e excelência levou-o a estágios de formação em instituições de renome internacional, como o Hospital for Sick Children, em Londres, e o Children’s National Hospital, em Washington. Ao retornar, trouxe não só o aprendizado técnico, mas uma nova perspectiva para o cuidado intensivo da criança gravemente enferma no Brasil.
Dr. Piva foi pioneiro em diversas frentes. Em 1982, fundou, ao lado de Pedro Celiny Garcia, o Comitê de Terapia Intensiva da Sociedade de Pediatria do RS, lançando as bases para o desenvolvimento da especialidade no país. Participou ativamente da organização do II Congresso Brasileiro de Terapia Intensiva da SBP, realizado em 1986, consolidando-se como uma das vozes mais influentes da especialidade no cenário nacional.
Sua atuação associativa foi marcada por profundo compromisso. Presidiu a Sociedade de Pediatria do RS, liderou o Departamento de Cuidados Intensivos da SBP por três vezes, e foi editor do Jornal de Pediatria entre 1994 e 2003, levando a publicação ao reconhecimento internacional com sua inclusão no Index Medicus e posteriormente na ISI Web of Knowledge.
Foi um dos idealizadores do Título de Especialista em Terapia Intensiva Pediátrica (TETIP), modelo que até hoje norteia a certificação da especialidade no Brasil. Publicou seis livros de referência na área, sendo coautor das principais obras sobre Medicina Intensiva Pediátrica no país.
Internacionalmente, destacou-se como um dos fundadores da World Federation of Pediatric Intensive and Critical Care Societies (WFPICCS), da qual foi vice-presidente por três gestões. Participou ativamente da organização de cinco congressos mundiais da especialidade e foi editor associado da revista Pediatric Critical Care Medicine desde sua criação, contribuindo com a consolidação científica da área em nível global.
Como educador, teve papel marcante na formação de dezenas de mestres e doutores. Atuou como professor da UFRGS e PUCRS, coordenando programas de pós-graduação que se tornaram referência nacional. Seu compromisso com o ensino se estendeu também à atuação clínica e institucional, tendo sido chefe de serviço nos Hospitais de Clínicas de Porto Alegre e São Lucas da PUCRS. Em todos os serviços que trabalhou, atuou e ainda atua como mentor e exemplo na formação de centenas de intensivistas pediátricos.
Na AMIB e no CFM, contribuiu de forma decisiva para a regulamentação e fortalecimento da medicina intensiva pediátrica, participando das câmaras técnicas e na elaboração de importantes resoluções, como as normas sobre morte encefálica e programas de residência médica.
Dr. Piva é lembrado por sua liderança firme, sua gentileza no trato humano, sua imensa capacidade intelectual e seu compromisso com a ética e a ciência. Seu legado transcende fronteiras: está impresso nas instituições que ajudou a construir, nos profissionais que formou, nas vidas que salvou e nas famílias que acolheu.
A medicina intensiva pediátrica no Brasil é, sem dúvida, o que é hoje por causa de Jefferson Piva. Sua história é um testemunho de vocação, de trabalho incansável, de amor à ciência e à vida.
Dra. Helena Müller - Presidente do Departamento de Medicina Intensiva Pediátrica – SBP
Dr. Luis Fernando A Carvalho - Presidente do XVIII Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva Pediátrica