Mais do que um problema de pele, a acne pode afetar diretamente a autoestima e a qualidade de vida dos adolescentes. Essa preocupação ganha ainda mais relevância no atual contexto tecnológico, em que a exposição nas mídias sociais é intensa e padrões estéticos irreais são amplamente difundidos. Para orientar famílias, profissionais de saúde e jovens sobre o tema, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) acaba de lançar um novo documento científico com recomendações atualizadas sobre o tratamento da acne, incluindo aspectos relacionados à saúde mental dos adolescentes.
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O documento destaca a importância de pais, responsáveis e pediatras estarem atentos ao impacto psicossocial da acne nos adolescentes. Conforme destaca a presidente do Departamento Científico (DC) de Medicina do Adolescente da SBP, dra. Lilian Hagel, muitas vezes, a percepção do jovem sobre sua aparência pode diferir da sua condição real e a intensidade da acne nem sempre está diretamente relacionada ao grau de impacto psicológico.
“Frequentemente, observa-se um sofrimento psicológico desproporcional ao aspecto do quadro dermatológico, o que reforça a necessidade de uma escuta qualificada dos adolescentes. A experiência clínica tem demonstrado associações da acne com sentimentos de ansiedade, depressão, baixa autoestima, perda da autoconfiança, isolamento social e até tendências suicidas. O tratamento médico, em consonância com intervenções que valorizem a autoestima, contribui para a melhora da autoimagem e da autoconfiança, favorecendo a integração social e a construção de projetos de vida mais amplos”, conclui.
Segundo o presidente do DC de Dermatologia da SBP, dr. Jandrei Markus, a adoção de cuidados diários contribui para reduzir a frequência e a gravidade das crises, além de prevenir cicatrizes. "O tratamento inicial deve incluir produtos adequados para a pele acneica, seguindo três passos básicos: limpeza, hidratação (com ou sem agentes antiacne) e uso de protetor solar", diz.
Confira as principais orientações da SBP para os adolescentes e suas famílias:
· Alimentos como leite, chocolate, açúcar e carboidratos pioram a acne. Já peixes e sementes (ricos em ômega-3) ajudam na melhora;
· Lavar o rosto com água em temperatura ambiente e secar suavemente com toalha macia;
· O uso excessivo de cosméticos (cremes, óleos, bases) ou a limpeza exagerada podem piorar a acne;
· Usar sabonetes do tipo syndet (com ativos antiacne) indicados para pele oleosa;
· Usar protetor solar oil free, com toque seco ou em gel, para prevenir manchas. A exposição solar piora a acne;
· Não espremer ou coçar as lesões, pois aumenta a inflamação e o risco de cicatrizes;
· Os medicamentos tópicos devem ser usados nas áreas afetadas para prevenção. A melhora ocorre entre a primeira semana e o terceiro mês de tratamento;
· Durante o uso de medicamentos tópicos ou orais, hidratar com produtos não comedogênicos e sem ativos antiacne, para evitar irritações;
· É importante a aderência aos medicamentos tópicos e/ou orais prescritos.
TRATAMENTO – Os produtos tópicos têm ação significativa em todos os pacientes com acne. Os mais frequentemente prescritos são sabonetes com enxofre ou ácido salicílico, ácido glicólico, lipo e alfa-hidroxiácidos. Também são indicados géis com peróxido de benzoíla, ácido retinóico, ácido salicílico, nicotinamida, ácido azelaico e antibióticos tópicos.
As principais terapias sistêmicas para acne incluem antibióticos orais, terapias hormonais (anticoncepcionais orais ou espironolactona) e isotretinoína oral. Com exceção da isotretinoína oral, a terapia sistêmica é combinada com terapia tópica.
Procedimentos como peelings químicos em consultório, microdermoabrasão, extração de comedões, corticosteroides intralesionais, terapia de calor e lasers, são utilizados principalmente como terapias adjuvantes. A SBP reforça que o tratamento para acne é individualizado e deve ser prescrito por um médico, após a avaliação do paciente numa consulta, sendo necessário acompanhamento periódico.
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