O Departamento Científico (DC) de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria publicou nesta segunda-feira (18) o documento científico “Sarampo: cenário atual, reintrodução e a "Dose Zero" na prática pediátrica brasileira”. No texto, os especialistas explicam a transmissão e diagnóstico da doença, o cenário epidemiológico e a estratégia da chamada “Dose Zero”, além de trazer recomendações.
“Embora o Brasil tenha recuperado em 2024 a Certificação Internacional de Área Livre do Sarampo, o contexto epidemiológico regional (Américas) e global, somado aos contínuos fluxos migratórios, impõe uma pressão constante sobre a reintrodução da doença. Este cenário ressalta a inevitabilidade da ocorrência de casos importados e isolados no território nacional”, descreve o documento.
Em virtude disso, o Ministério da Saúde (MS), endossou e implementou a estratégia da “Dose Zero” (D0) da vacina contra o sarampo. Ela consiste na administração de uma dose extra da vacina dupla viral (sarampo e rubéola) para crianças de seis meses a oito meses e 29 dias, e da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) para crianças de nove a 11 meses e 29 dias.
Conforme explicam os especialistas, o objetivo é “conferir proteção precoce e temporária a esses lactentes, uma faixa etária particularmente suscetível a formas graves da doença devido à imaturidade do sistema imunológico e à ausência da proteção conferida pelas doses de rotina”. No entanto, enfatizam que a “Dose Zero” não substitui o esquema vacinal de rotina, que deve ser mantido aos 12 meses (primeira dose) e 15 meses (segunda dose/reforço), respeitando um intervalo mínimo de quatro semanas entre as doses.
No momento, a “Dose Zero” está indicada para as seguintes regiões e contextos, de acordo com a Nota Técnica do MS:
RECOMENDAÇÃO – Os especialistas da SBP reconhecem e acolhem integralmente esta decisão do Departamento do Programa Nacional de Imunizações do MS. Além disso, a entidade considera que outros municípios brasileiros poderão ser incluídos nesta recomendação, com base na evolução do perfil epidemiológico local e na demonstração de cenários que justifiquem a expansão desta estratégia vacinal.
Ao mesmo tempo, os pediatras recomendam que, além da “Dose Zero”, sejam mantidas e reforçadas as elevadas coberturas vacinais na rotina, conforme estabelecido no Calendário Nacional de Vacinação, para sustentar a imunidade coletiva; e atividades robustas de Vigilância Epidemiológica de casos suspeitos e confirmados de sarampo, com notificação imediata, investigação epidemiológica completa e coleta de amostras para diagnóstico laboratorial.
“A vacina contra o sarampo é altamente imunogênica e eficaz, conferindo proteção duradoura e, em geral, vitalícia. Sua eficácia é de 97% a 99% entre crianças saudáveis que recebem duas doses. A vigilância ativa, a adesão rigorosa aos calendários de vacinação e a compreensão da importância da “Dose Zero” são ferramentas cruciais em nossas mãos para proteger a saúde infantil e prevenir a reintrodução e disseminação em larga escala do sarampo no Brasil”, conclui o documento.
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