Em carta aberta, SBP defende presença de 4 mil pediatras no SUS para fortalecer a Atenção Primária

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou, nesta sexta-feira (14), a Carta de Recife, na qual reitera a urgência de garantir a presença do pediatra na Atenção Primária à Saúde (APS) em todo o país. O documento, aprovado pelo Conselho Superior da entidade durante o 16º Congresso Brasileiro Pediátrico de Endocrinologia e Metabologia (Cobrapem), foi elaborado com base nas deliberações dos Fóruns Regionais de Defesa da Pediatria realizados ao longo de 2025.

Com quase cinquenta mil pediatras titulados para quarenta e cinco milhões de crianças e adolescentes no Brasil, a SBP propõe a incorporação de 2 a 3 mil pediatras nas equipes de saúde da família, podendo chegar a um máximo de 4 mil profissionais, conforme as condições locais de saúde e o perfil da população. “A presença do pediatra, não é para substituir, mas sim para somar, unir e fortalecer as equipes e o sistema”, destaca o documento.

Conforme destaca a Carta, o pediatra sempre manteve uma interação diferenciada com as famílias, valorizando a relação médico–paciente–família. “O pediatra pode somar esforços no sentido de planejar, programar e executar ações de promoção de saúde e prevenção de agravos na infância e adolescência, contribuindo para a formação de uma população adulta mais saudável e produtiva para o Brasil”.

A proposta da SBP configura uma política de saúde de alto impacto social, mais segura, com menor risco e redução de custos: menos pedidos de exames, procedimentos e internações desnecessários; menor chance de doenças agudas se tornarem crônicas; e menor probabilidade de desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas no futuro. A entidade destaca ainda que cerca de 90% das demandas de saúde da população podem ser identificadas e solucionadas no âmbito da APS.

Com a publicação da Carta de Recife, a SBP busca o apoio das famílias, representantes da sociedade, dos pediatras, dos demais profissionais de saúde, gestores e representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para assegurar a garantia desse direito constitucional, que há muito vem sendo negado às crianças e adolescentes brasileiros.

CONFIRA A ÍNTEGRA DA CARTA DE RECIFE