Em reunião, SBP e SBMFC conversam sobre estratégias para fortalecer a assistência pediátrica na Atenção Primária à Saúde

Para alinhar estratégias visando a qualificação da assistência em saúde de crianças e adolescentes, a diretoria da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) realizou uma reunião em sua sede, no Rio de Janeiro (RJ), com o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), dr. Fabiano Gonçalves Guimarães. O encontro inédito, ocorrido na última sexta-feira (22), contou com a participação do presidente da SBP, dr. Edson Liberal, e da secretária-geral da SBP, dra. Maria Tereza Fonseca da Costa.

“O compromisso conjunto das duas entidades é desenvolver propostas que tragam avanços concretos para o atendimento do grupo na faixa etária pediátrica. A SBP tem reiterado a importância da presença do pediatra na Atenção Primária à Saúde (APS) e, atualmente, a SBMFC compartilha da visão que essa inserção pode ser decisiva qualificar o cuidado à criança e adolescente, uma convergência identificada neste encontro”, destacou o dr. Edson Liberal.

O presidente da SBMFC, corrobora com os pontos de convergência que poderão ser trabalhados em conjunto. “O encontro foi uma grande satisfação. Ainda temos muita coisa para discutir. Mas estamos com boas perspectivas sobre a construção de um processo de trabalho que consiga pensar em cuidado compartilhado, matriciamento e outras ferramentas para viabilizar a parceria com foco nas diferentes demandas dos territórios do País”, disse dr. Fabiano Guimarães.

“Reconhecemos a relevância de mantermos o diálogo aberto, com a perspectiva de construir soluções que consolidem um modelo atualizado, no qual o pediatra esteja incluído desde o primeiro nível de atenção do Sistema Único de Saúde (SUS). O saldo da reunião foi bastante positivo, reforçando a valorização do pediatra e, acima de tudo, a qualificação do cuidado prestado às crianças e adolescentes”, acrescentou dr. Edson Liberal.

MODELO ATUALIZADO – Conforme a secretária-geral da SBP, o intuito não é reproduzir modelos do passado. A inclusão do pediatra na APS deverá ser contextualizada nos diferentes cenários loco-regionais, levando em consideração a organização bastante diversificada da rede de saúde em todo o Brasil, inclusive quanto à disponibilidade maior ou menor de pediatras. “A inserção também precisa ser atualizada, ou seja, com base em um modelo de assistência voltado à vigilância em saúde. Trata-se de uma atenção contextualizada em determinado território, onde essa criança ou esse adolescente estão inseridos, mas sempre dentro de um contexto familiar”, salientou dra. Maria Tereza.

Segundo explicou, o pediatra deve ter um trabalho integrado junto à equipe de Estratégia de Saúde da Família, de modo que sejam considerados os atributos e as diretrizes da APS, hoje consagrados universalmente nos sistemas de saúde mais avançados e que apresentam melhores resultados. “Esses atributos incluem a integralidade, o cuidado centrado na pessoa, o acompanhamento longitudinal, entre outros. Uma estratégia muito importante para a inserção do pediatra é a partir das ferramentas do matriciamento, um apoio técnico já muito consolidado em outras situações, como no caso da psiquiatria”, relatou.