Especialistas do GT de Países de Língua Portuguesa abordam questões relacionadas ao Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Para discutir diferentes abordagens e aspectos sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Grupo Pediatria Internacional dos Países de Língua Portuguesa da Sociedade Brasileria de Pediatria (SBP) preparou um webinar a respeito da temática. A moderação dos debates ficou a cargo da dra. Alexandra Raquel Antunes Oliveira, de Portugal, com palestras ministradas por convidados do Brasil e de Moçambique.

“O TEA ainda é um tema desafiador e, por vezes, manipulado de maneira inadequada. A nossa finalidade é levar conhecimentos aos pediatras de cada um dos países do Grupo para que as nossas crianças e adolescentes tenham a melhor assistência em seu processo de neurodesenvolvimento. A intervenção precoce é fundamental, especialmente nos primeiros anos de vida”, destacou o coordenador do GT, dr. Clóvis Constantino, em sua fala de abertura.

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A primeira aula foi da dra. Carla Wale, presidente da Associação Moçambicana de Pediatria (Amope), neuropediatra em serviço no Hospital Central de Maputo, sobre “Manifestações clínicas e diagnóstico”. A especialista abordou a epidemiologia, patogênese, etiologia, fatores de risco, comorbidades, manifestação clínicas, as formas de realizar o diagnóstico, as categorias do autismo (com base na necessidade de apoio) e mais.

Na sequência, foi a vez da aula do dr. Eduardo Jorge Custódio da Silva, membro do Departamento Científico de Neurologia da SBP, trazer sua exposição acerca do “Tratamento medicamentoso – Uso de canabidiol”. Em sua exposição, o neuropediatra falou sobre os motivos de se estudar o uso do canabidiol no TEA, o panorama das evidências científicas sobre o assunto, as questões regulatórias no Brasil, a proposta de abordagem clínica, entre outros.

O especialista explicou ainda que o tratamento farmacológico tem como objetivo o manejo de sintomas específicos, uma vez que atualmente não há medicamento que trate o transtorno em si. Além disso, enfatizou a importância de qualquer medicamento ser usado com o acompanhamento de terapias, intervenções educacionais e outras medidas de apoio.