"É impossível separar imunização e infectologia da pediatria. A par do aleitamento materno, do monitoramento do neurodesenvolvimento, da educação infantojuvenil, enfim, na puericultura e outras que são consideradas cláusulas pétreas da pediatria”. Com essa afirmação, o presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dr. Clóvis Francisco Constantino iniciou seu discurso na última quinta-feira (1) na solenidade de abertura do 23º Congresso Brasileiro de Infectologia Pediátrica e do 18º Simpósio Brasileiro de Vacinas, em São Paulo (SP). Os eventos são realizados pela SBP em parceria com a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).
“Todos nós, que somos pediatras, mesmo que não tenhamos a especificidade individual de estarmos nessa área de atuação, nos sentimos em casa quando discutimos temas dessa natureza", disse dr. Clóvis Francisco.
Ele também reforçou a importância de os pediatras estarem atentos às alterações climáticas e aos impactos causados na saúde dos recém-nascidos, das crianças e adolescentes. " As crianças e adolescentes, por estarem em fase de crescimento e desenvolvimento, recebem com mais gravidade os impactos dos problemas climáticos que nós estamos enfrentando em todo o planeta”, explicou.
Dr. Clóvis reiterou a responsabilidade que os pediatras têm no que diz respeito aos cuidados com o nosso planeta e de que forma a má qualidade do ar interfere na saúde das crianças e dos adolescentes. “Pensando na responsabilidade que nós pediatras temos com essa questão, criamos o Grupo de Trabalho Saúde Planetária - Saúde Única, que está discutindo as alterações climáticas do planeta. Publicamos, recentemente, um documento científico a respeito disso. Já há outros documentos nesse sentido. E digo mais, estaremos na Cop 30, ao final do ano, oportunidade na qual entregaremos documentos sobre a nossa preocupação com a crise climática", frisou.
Outro ponto destacado pelo dr. Clóvis foram algumas ações da sua gestão, tais como a criação de novos grupos de trabalho, entre eles o Pediatria Internacional dos Países de Língua Portuguesa; Educação é Saúde; Povos Originários do Brasil, Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal, entre outros. “Em meio a tudo isso, outra ação importante que fizemos foi a reaproximação com a International Pediatrics Association (IPA) e a Associação Latino-Americana de Pediatria (Alape), além das parcerias com organizações brasileiras, entre as quais estão os Médicos pelo Ar Limpo, IQC, Campanha contra o Retinoblastoma, Alimentação Saudável, com a Rita Lobo, entre outras”, listou.
Dr. Clóvis ressaltou o trabalho com os pediatras africanos que falam o idioma português, “levando a eles atualização científica as crianças do mundo todo precisam das mesmas atenções”.
ESTRATÉGIAS E AVANÇOS – A presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), dra. Renata Waksman, disse que os congressos de infectologia e os simpósios de vacinas anteriores foram um sucesso de público e científico. “Para manter essa tradição, elaboramos um menu de atividades extremamente interessantes, onde todos terão a oportunidade de compartilhar, de atualizar conhecimentos” disse.
O presidente do 23º Congresso Brasileiro de Infectologia Pediátrica, dr. Eitan Berezin, assinalou a importância da participação de estudantes e pesquisadores nos eventos, que vieram ouvir e aprender com os palestrantes. “Este espaço celebra a prática clínica e a inovação no cuidado das crianças e dos adolescentes”, disse.
Para o presidente do 18º Simpósio Brasileiro de Vacinas e presidente da Comissão Científica do 23º Infectoped, dr. Marco Aurélio Sáfadi, disse que a infectologia pediátrica, em meio às demais áreas de atuação, seja a que mais exija atualização e atenção dos pediatras, uma vez que “os vírus e as bactérias nem sempre leem os livros e sempre encontram caminhos alternativos para nos ludibriar, através de mutações, através da criação de resistências. Então, congressos como esse são oportunidade para que a gente tenha atualização em relação à melhor manejo dessas infecções, a melhor maneira de prevenir”, destacou.
HOMENAGENS - A cerimônia contou com um momento de agradecimentos. Das mãos da diretora de Cursos e Eventos da SBP, dra. Lílian dos Santos Rodrigues Sadeck, e da presidente da SPSP, dra. Renata Waksman, o presidente da SBP, dr. Clóvis Francisco Constantino, recebeu uma placa pela brilhante gestão à frente da SBP no período entre 2022 e 2025.
Já o dr. Marco Aurélio Sáfadi foi homenageado por sua dedicação e atuação ímpar na área de infectologia pediátrica, inspirando tantas as novas gerações de pediatras infectologistas.
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