No lançamento da SMAM 2025, presidente da SBP destaca importância da ação coletiva em prol do aleitamento materno

O presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dr. Edson Liberal, participou da abertura da Semana Mundial de Aleitamento Materno de 2025, em Brasília, na última sexta-feira (1). O evento reuniu entidades de defesa do direito à amamentação, autoridades e famílias com crianças na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS). No Brasil, ao lado do Ministério da Saúde, a SBP coordena a campanha, que envolve mais de 150 países sob o comando da World Alliance for Breastfeeding Action (Waba). O tema deste ano é "Priorize a Amamentação: Crie Sistemas de Apoio Sustentáveis”.

Em sua participação na mesa de convidados, Edson Liberal ressaltou que o aleitamento materno é, historicamente, uma prioridade para a SBP, cujas ações, publicações científicas, campanhas e mobilizações de promoção da saúde junto à sociedade visam fortalecer a amamentação como um direito de todas as crianças e suas famílias. "Cientificamente é comprovado que o leite materno é o alimento mais completo para o bebê, protegendo contra infecções, reduzindo o risco de doenças crônicas e contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo. Para a mãe, também representa proteção à sua saúde, com benefícios que vão desde a recuperação pós-parto até a prevenção de certos tipos de câncer”, lembrou.

Dr. Edson Liberal acrescentou que o tema da campanha de 2025 convoca a sociedade a uma reflexão coletiva. "Amamentar não é uma responsabilidade exclusiva da mãe, se faz necessário o envolvimento de todos nós: profissionais de saúde, gestores, empregadores, familiares e a sociedade em geral, precisamos garantir que as mães encontrem ambientes favoráveis à amamentação, com acesso à informação de qualidade, licença-maternidade adequada, locais apropriados para amamentar e apoio contínuo desde o pré-natal até o retorno ao trabalho”, evidenciou. "Isso é criar um sistema de apoio sustentável, um compromisso permanente, estruturado e sensível às necessidades das mulheres e dos bebês”.

Um dos pontos que o presidente da SBP destacou em seu discurso foi a necessidade de haver estrutura para que mulheres possam amamentar. “Precisamos garantir que as mães encontrem ambiente favorável para a amamentação, com acesso à informação de qualidade, locais apropriados e apoio contínuo desde o pré-natal até o retorno ao trabalho, com licença maternidade adequada de seis meses, ampliação da licença paternidade e fim da precarização dos vínculos trabalhistas”, elencou o dr. Edson Liberal. “Isso é criar um sistema de apoio sustentável, um compromisso permanente, estruturado e sensível à necessidade das mulheres e dos bebês, porque tudo repercute nos índices de aleitamento materno no Brasil”. 

SUSTENTABILIDADE – De acordo com o Ministério da Saúde, a campanha de 2025 visa o envolvimento de diferentes atores para trazer benefícios para as famílias e diminuir os impactos ambientais da alimentação artificial. “Destacamos a importância de colocar esse tema no debate dos impactos ambientais e das mudanças climáticas a partir do estímulo que se faz ao uso dos ultraprocessados, um modelo agrícola que afeta o clima, afeta o nosso ambiente e também interfere permanentemente no interesse das crianças por uma alimentação saudável”, pontuou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em vídeo enviado ao evento.

Ao apresentar os detalhes desta edição, a coordenadora-Geral de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente do Ministério da Saúde, Sônia Isoyama Venâncio, argumentou que “o leite materno é natural e sustentável, ambientalmente seguro, não causa poluição porque não utiliza embalagens, energia, água e combustível para sua distribuição, e contribui para a melhora da nutrição, educação e saúde, reduzindo os gastos do sistema de saúde”. 

Para Luciana Phebo, chefe da área de Saúde e Nutrição do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, entidades públicas, privadas e independentes devem se unir para acelerar os esforços que garantam uma rede de apoio sustentável para mães e crianças. “Ela vai muito além dos muros da saúde, precisamos, por exemplo, estar dentro da educação infantil, das creches, conversando com a comunidade escolar, chamando pais, mães, mulheres, homens, para haver uma operacionalização que permita que crianças de seis meses a dois anos continuem recebendo o leite das suas mães”, comentou.

Também presentes na cerimônia, a coordenadora regional do Centro-Oeste da SBP e a coordenadora do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria do Distrito Federal (SPDF), dra. Renata Seixas e dra. Vanessa Macêdo, respectivamente, reforçaram a importância de o debate ser abraçado pelos profissionais da área. “O tema deste ano nos leva a pensar como o leite materno pode ser uma estratégia sustentável de alimentação para a criança, para as famílias e para todo o planeta, não só nesse mês do Agosto Dourado, é claro, mas durante todo o ano”, comentou dra. Vanessa. 

“Essa data une instituições profissionais de saúde e a sociedade em torno de um único propósito: proteger, promover e apoiar o aleitamento materno. E, para nós, pediatras, é uma reafirmação de um compromisso científico e ético com a saúde da infância, por isso contamos com todos para que possamos ampliar essa rede de apoio, pois a amamentação é uma responsabilidade compartilhada, mas nós temos o conhecimento e a voz que fazem a diferença”, completou Dra. Renata.

Participaram também da mesa de apresentação da campanha Eliane Cruz, chefe de Gabinete do ministro da Saúde; Luizete Bandeira, consultora da OPAS; Olivia Medeiros, coordenadora de Ações Interprofissionais da Secretaria de Atenção Primária (Saps); Marcela Alvarenga, assessora técnica do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems); Jurandi Frutuoso, secretário executivo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), e Sônia Salviano, conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).