Pediatras discutem desafios perigosos na internet e cuidados com crianças e adolescentes nas redes sociais

Para debater os riscos que a internet pode trazer à saúde de crianças e adolescentes, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) promoveu a live interdisciplinar “Conexões letais: desafios mortais da internet na prática clínica”. O encontro reuniu especialistas de diferentes Departamentos Científicos (DCs) e Grupos de Trabalho (GTs) da entidade, que discutiram estratégias de prevenção e de cuidado.

A abertura ficou a cargo do presidente do DC de Emergência da SBP, dr. Hany Simon Júnior, que apresentou uma revisão sobre o tema. Ele destacou casos de mortes de crianças e adolescentes associados aos chamados “desafios perigosos” e explicou como funcionam os algoritmos das redes sociais que captam a atenção desse público. Também abordou as diferenças e semelhanças entre a dependência digital e outros tipos de vício, os principais formatos de desafios, os sinais e sintomas que podem indicar a participação de um paciente nessas práticas, entre outros pontos relevantes.

O especialista enfatizou a necessidade de que pediatras, especialmente os que atuam em serviços de emergência, estejam atentos a crianças e adolescentes que chegam com lesões de pele, queimaduras, hematomas ou manifestações sistêmicas sem explicação compatível na história clínica. “Já deve fazer parte da nossa anamnese perguntar sobre o tempo de uso de mídias sociais, quais plataformas estão sendo acessadas e qual é a consciência que os pais têm em relação ao tema”, destacou o dr. Hany.

Após a exposição, foi promovido um debate com as dras. Evelyn Eisenstein – coordenadora do GT de Saúde Digital da Após a exposição, seguiu-se um debate com a dra. Evelyn Eisenstein, coordenadora do GT de Saúde Digital da SBP; dra. Gabriela Crenzel, membro do GT de Saúde Mental da SBP; e dra. Lilian Day Hagel, presidente do DC de Adolescência da SBP.

Na discussão, foram destacados documentos já produzidos pela instituição sobre o tema, a importância de incorporar a puericultura digital às consultas pediátricas, a necessidade de orientar pais e responsáveis sobre o uso de redes sociais e o papel do pediatra como agente de prevenção social e digital. Também foi ressaltada a relevância de estabelecer um diálogo aberto e sem julgamentos com os adolescentes, buscando ouvir e compreender seu contexto de vida on-line.

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