SBP, ASBAI e SBIm emitem posicionamento contra o fim da vacina pneumocócica 23-valente não conjugada

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em conjunto com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), publicou nesta semana um posicionamento público contra o fim da distribuição no mercado privado da vacina pneumocócica 23-valente não conjugada. Conforme ressaltam as três especialidades médicas, a descontinuidade da vacina compromete o diagnóstico de um dos defeitos imunológicos primários mais frequentes: a deficiência na produção de anticorpos contra antígenos polissacarídeos. 

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De acordo com o posicionamento, em termos de proteção da população em geral, as vacinas conjugadas, incluindo a mais nova vacina pneumocócica conjugada 20-valente, representam um avanço significativo. No entanto, elas não permitem que se investigue a deficiência na produção de anticorpos contra antígenos polissacarídeos.

“O diagnóstico desse defeito é feito por meio da dosagem de IgG contra 23 sorotipos de pneumococos, antes e após a aplicação da vacina não conjugada 23-valente. A comparação das respostas permite avaliar a reação aos sorotipos ausentes nas vacinas conjugadas, ou seja, sorotipos puramente polissacarídicos”, explica o documento.

SBP, ASBAI e SBIm destacam que os defeitos na produção de anticorpos são os erros inatos da imunidade (imunodeficiências primárias) mais frequentes em todo o mundo. Por isso, a interrupção do acesso à vacina pneumocócica não conjugada 23-valente – essencial ao processo diagnóstico de deficiência na produção de antígenos polissacarídeos – causa enorme preocupação aos médicos brasileiros.

As entidades concluem o posicionamento aludindo que o fim da distribuição dessa imunização no mercado privado representará ainda uma sobrecarga ao Sistema Único de Saúde (SUS). “Esse tema precisa ser seriamente considerado antes que, de fato, se implemente a descontinuação de uma vacina tão relevante para a investigação em imunologia clínica”, finaliza o texto