SBP e ONG Prematuridade.com se unem para fortalecer cuidados aos bebês prematuros e suas famílias

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a ONG Prematuridade.com estabeleceram uma parceria institucional para fortalecer as ações de cuidado aos recém-nascidos prematuros e suas famílias. Anunciada durante o primeiro Novembro Roxo após a sanção da Lei nº 15.198/2025, que institui oficialmente este mês pela conscientização sobre a prematuridade, a iniciativa une a expertise técnico-científica da SBP à atuação da sociedade civil organizada, com o propósito de ampliar políticas públicas, aprimorar protocolos de atendimento e disseminar informações qualificadas sobre o tema.

Segundo a 1ª vice-presidente da SBP, dra. Lilian Sadeck, que também integra o conselho científico da ONG Prematuridade.com, a parceria resulta do reconhecimento de que a melhoria no atendimento aos prematuros exige uma abordagem integrada entre a comunidade científica e a sociedade civil.

“A atuação conjunta da SBP e da ONG têm maior força para influenciar as políticas públicas, estabelecendo protocolos e diretrizes nacionais. Além disso, com a cooperação, conseguimos ampliar o alcance e relevância social da SBP na temática da prematuridade, e nos aproximamos ainda mais das famílias”, afirmou a pediatra.

Para ela, esse encontro de realidades e troca de experiências será fundamental também para os pediatras. “A sinergia entre a SBP e a ONG Prematuridade.com vai melhorar a interação entre os pediatras e neonatologistas com as famílias, aperfeiçoando, assim, a comunicação, compreensão dos desafios da prematuridade e podendo reduzir lacunas entre prática clínica e realidade familiar”, destacou.

Na mesma direção, a nutricionista e fundadora da ONG Prematuridade.com, Denise Suguitani, destacou a relevância dessa união. “Um dos diferenciais da parceria é a inclusão da perspectiva das famílias na construção de diretrizes e protocolos de atendimento. Trazer a experiência dos pais, de quem passou por isso, e aprimorar as recomendações médicas voltadas a esse cuidado, é muito

importante. Muitas vezes, temos uma teoria que parece perfeita, mas para quem está do outro lado da incubadora, existem oportunidades de melhorias”, disse a especialista em UTI neonatal.

AÇÕES - As duas instituições já iniciaram atividades em parceria: a SBP, junto com a ONG, já teve a possibilidade de estar representada junto às assembleias legislativas de diversos estados, como São Paulo, Paraná e Brasília. Também já estiveram juntas no Senado para divulgar as ações. Os próximos passos envolverão, especialmente, o Departamento Científico de Neonatologia da SBP, além de uma interação importante com outros profissionais de saúde que atuam no cuidado aos prematuros.

Em 2025, a ONG Prematuridade.com completa 11 anos de atuação e trabalha em duas frentes principais: a prevenção do parto prematuro evitável e a garantia dos melhores cuidados e direitos aos bebês prematuros e suas famílias. A organização oferece acolhimento psicológico gratuito, aconselhamento jurídico, campanhas beneficentes e atua ativamente em advocacy nas três esferas governamentais.

PREVENÇÃO E CAUSAS – No Brasil, a prematuridade continua sendo um desafio expressivo na saúde pública. Cerca de 12% dos nascidos vivos no Brasil nascem com idade gestacional menor que 37 semanas. Isso representa algo em torno de 320 a 330 mil bebês prematuros por ano.

Além disso, as principais causas de prematuridade ainda são relacionadas às causas maternas. Entre elas, estão doenças crônicas maternas; doenças de placenta; problemas de colo uterino curto e problemas de ruptura prematura de membranas, que podem desencadear o trabalho de parto prematuro.

Conforme esclareceu a dra. Lilian Sadeck, muitos partos prematuros poderiam ser prevenidos no pré-natal, momento no qual teriam os cuidados das doenças maternas e a avaliação do colo uterino, da membrana. “No entanto, apesar de podermos prevenir boa parte dos partos prematuros, tem alguns que ocorrem mesmo com um bom pré-natal. E temos que saber lidar quando isto ocorre e fazer os cuidados necessários para esses prematuros”, concluiu.