SBP lança calendário de vacinação atualizado (2025/2026)

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) acaba de publicar uma nova versão do Calendário de Vacinação da entidade (atualização 2025/2026). Elaborado em conjunto pelos Departamentos Científicos (DCs) de Imunizações e Infectologia, o documento traz as recomendações oficiais da SBP para a imunização de crianças e adolescentes considerados sadios, do nascimento aos 19 anos de idade. 

A principal mudança do novo Calendário está relacionada à imunização contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), um dos principais responsáveis por infecções das vias respiratórias e pulmões em recém-nascidos e crianças pequenas. A SBP passa a indicar, a partir desta atualização, duas opções para a prevenção das infecções causadas pelo VSR: a vacinação da gestante ou a administração do anticorpo monoclonal (Nirsevimabe) no bebê ao nascer. 

Segundo destaca o documento da SBP, embora ambas as estratégias sejam eficazes individualmente, há alguns casos em que as duas devem ser combinadas. Para os bebês nascidos de mães vacinadas, essas situações incluem: mãe imunodeprimida; gestante vacinada há menos de 14 dias do parto; e criança com risco ampliado, incluindo doença pulmonar crônica da prematuridade, erros inatos da imunidade, fibrose cística, cardiopatias congênitas ou Síndrome de Down. A publicação ressalta que a imunização com Nirsevimabe deve ser realizada ao nascer, independentemente da sazonalidade, sempre em dose única. 

De acordo com o presidente do DC de Imunizações da SBP, dr. Eduardo Jorge da Fonseca Lima, manter a caderneta de vacinação em dia é um passo indispensável para promover a saúde de crianças e adolescentes. “As vacinas representam uma das estratégias mais eficazes e seguras da medicina moderna. Elas salvam vidas, uma vez que a atualização constante do calendário garante proteção contra doenças infectocontagiosas graves”, enfatiza. 

COBERTURA VACINAL – Desde 2016, o Brasil tem apresentado quedas significativas nos índices de cobertura vacinal. A partir de 2023, com a retomada das grandes mobilizações nacionais – promovidas pelo Ministério da Saúde –, os números têm voltado a crescer. No entanto, ainda estão abaixo da meta para a maioria das vacinas. 

Segundo o dr. Eduardo Jorge, o aumento da desinformação e das notícias falsas, que circulam sobretudo por meio da internet, vem gerando medo e desconfiança em muitos pais. Além disso, ao longo das décadas, o próprio sucesso das vacinas fez algumas doenças graves desaparecerem.

“Isso gera a percepção, em parte da população, de que não há mais a necessidade de se imunizar. No entanto, o risco de as doenças retornarem é iminente. Sem vacina não há segurança real. Famílias, pediatras e gestores de saúde devem estar engajados, pois somente com a adesão de todos poderemos ampliar as coberturas vacinais no País. É um compromisso coletivo de cidadania”, frisa o especialista.