O coordenador do Grupo de Trabalho sobre Drogas e Violência na Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dr. João Paulo Becker Lotufo, participou da cerimônia em alusão ao Dia Mundial Sem Tabaco 2025 (31 de maio), promovida pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em parceria com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Realizado no último dia 28, em Brasília (DF), o evento destacou a urgência de reforçar os esforços para a redução do consumo de cigarros, responsável por cerca de um milhão de mortes anuais nas Américas.
Durante o encontro, o representante da SBP ressaltou que o tabagismo deve ser reconhecido também como uma doença pediátrica, já que o início do consumo frequentemente ocorre ainda na infância e adolescência. Na ocasião, foram apresentados dados atualizados da Vigitel (Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde, que indicam um crescimento preocupante no número de fumantes no Brasil, após anos seguidos de redução.
“O Brasil é o segundo país do mundo em número de ex-fumantes. É uma vitória. Os fumantes eram cerca de 30% dos brasileiros, hoje são algo em torno de 9% a 10%. No entanto, os dados mais recentes revelam que o uso está voltando a crescer, principalmente entre os jovens. Há estatísticas que falam num aumento de mais de 20%”, frisou o dr. João Paulo Becker Lotufo. De acordo com o pediatra, um dos grandes propulsores para o renascimento deste hábito entre os adolescentes e jovens adultos são os cigarros eletrônicos, também chamados de dispositivos eletrônicos para fumar ou vapes, que atraem especialmente o público masculino.
“Temos que insistir numa atitude chave: a prevenção! O ato de fumar começa como uma brincadeira, como um comportamento que parece moderno. No entanto, como sabemos, é extremamente nocivo à saúde e, em pouco tempo, a pessoa adquire dependência química, psicológica e comportamental. Todos aqueles responsáveis pela infância e adolescência precisam estar atentos a esse problema e investir na educação sobre os males advindos do tabagismo”, explicou.
CAMPANHA 2025 - Considerando este contexto preocupante, a OPAS e a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançaram neste ano a campanha “Produtos sedutores. Intenções Perversas. Não se deixe enganar”. A iniciativa visa destacar as táticas enganosas e manipuladoras das indústrias do tabaco e da nicotina, que tentam atrair principalmente jovens a consumirem produtos com sabores artificiais (como frutas e doces) aparentemente “inofensivos”, mas que oferecem perigos à saúde e causam dependência e doenças como câncer e diabetes.
Calcula-se que 37 milhões de meninas e meninos entre 13 e 15 anos consomem tabaco em todo o mundo. Além disso, em muitos países, a taxa de uso de cigarros eletrônicos ou vapes entre jovens supera a dos adultos.
"A campanha pretende chamar a atenção dos tomadores de decisão, dos governos, da sociedade civil e da população sobre essas táticas que são dirigidas particularmente a grupos que têm uma situação de maior vulnerabilidade. Quando a gente pensa em crianças, jovens e adolescentes, eles são muito mais suscetíveis às táticas de manipulação, de marketing”, complementou a representante adjunta da OPAS e da OMS no Brasil, Elisa Prieto.
*Com informações do site da OPAS
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