2º vice-presidente da SBP fala sobre intoxicação medicamentosa ao Bom Dia Brasil, da TV Globo

O 2º vice-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dr. Edson Ferreira Liberal, concedeu entrevista ao telejornal Bom dia, Brasil, da TV Globo, sobre a pesquisa inédita levantada pela instituição sobre os casos de intoxicação de crianças e adolescentes brasileiros por meio de medicamentos. Só em 2016, foram 8 mil casos. A idade mais vulnerável é na faixa de um a quatro anos de idade e o descuido na hora de guardar medicações é um dos maiores perigos.

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A reportagem, exibida na última segunda-feira (16), mostra o caso de uma criança de dois anos de idade, residente na Região Metropolitana do Rio, que ingeriu um medicamento que estava ao alcance das mãos e passou mal.

“Não tem muita razão de os pais terem muitos remédios em casa. Se você diminui a possibilidade de uma criança pegar os remédios, automaticamente as chances de ela se intoxicar também diminuem. É preciso colocar os medicamentos em uma prateleira o mais alto possível de forma que a criança, mesmo ao arrastar uma escada ou móvel, não consiga ter acesso”, orienta o pediatra.

ESTATÍSTICAS – Todos os dias, cerca de 37 crianças e adolescentes (com idades de zero a 19 anos) sofrem os efeitos da intoxicação pela exposição inadequada a medicamentos. De acordo com informações do Sistema Nacional de Informações Toxico-farmacológicas (Sinitox), ao longo de 18 anos foram mais de 245 mil casos de intoxicação atingindo essa faixa etária, com o registro de 240 mortes.

A SBP acredita que os dados apurados via Sinitox estejam subestimados. Isso porque a rede compila apenas as informações de 33 Centros de Informação e Assistência Toxicológicos (CIAT) localizados atualmente em 11 estados e no Distrito Federal (DF).

O Departamento Científico de Toxicologia da SBP, que acompanha o tema, explica que a intoxicação não acontece somente quando a criança ingere um produto tóxico ou que gera reação adversa por conta própria. De acordo com os especialistas, esse processo pode acontecer, inclusive, no momento em que os pais decidem medicar seus filhos sem uma prescrição médica ou com base em conselhos de amigos ou outros profissionais da saúde.