Arboviroses será tema de discussão durante o 20º Congresso de Infectologia Pediátrica, em Salvador

As arboviroses continuam sendo um problema de saúde pública em todo o território nacional, como são outras doenças contagiosas, como a Zika, que ocorreu com um número expressivo no Nordeste brasileiro, nos anos de 2015 e 2016, e trouxe graves sequelas para muitas crianças e suas famílias. O tema será tratado durante o simpósio “Arboviroses: Impacto e Perspectivas no Brasil”, que ocorrerá no 20º Congresso Brasileiro de Infectologia Pediátrica (Infectoped), que ocorrerá entre os dias 14 e 17 de novembro, em Salvador (BA), numa realização da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em parceria com a Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape).

ACESSE AQUI A ÍNTEGRA DA PROGRAMAÇÃO.

Na oportunidade, a ONG “Abraço a microcefalia” estará participando do Congresso, mostrando a realidade dessas crianças e suas famílias, assim como vendendo objetos artesanais feitos pelas mães destas crianças com o objetivo de manter o tratamento multidisciplinar dessas crianças. As inscrições para o evento estão abertas. Até o dia 26 de outubro, os interessados em participar do 20º Infectoped poderão obter valores promocionais, de acordo com a tabela vigente.

ZIKA - Para a palestrante dra. Maria Ângela Rocha (PE), apesar da menor incidência no País, é preciso compreender que o vírus zika continua circulando nas Américas. “O número de casos detectados está baixo. Isso é bom por um lado, porque são poucos casos de zika confirmados. Mas também é complicado porque os médicos acabam diminuindo a guarda e corremos o risco de não se adotar as medidas preventivas. Lembrem-se: se tem mosquito, tem a circulação do zika”, enfatizou.

De 6% a 12% dos filhos de gestantes infectadas pelo Zika apresentarão quadro da síndrome congênita desencadeada pelo vírus, caracterizada por microcefalia e outras anormalidades, como alterações visuais, deficiência auditiva, deformidades esqueléticas e epilepsia. Dra. Maria Ângela disse que é preciso também não descuidar da dengue, que registra um crescimento no número de casos confirmados em meses atípicos. Para ela, esta heterogeneidade pode indicar maior número de casos em 2019.

VETOR - “A dengue vinha silenciosa no Brasil e agora nota-se um aumento de casos fora da época de circulação. No Rio Grande do Norte, por exemplo, tivemos um surto, com cinco mil casos. Esse comportamento é um prenúncio de que há possibilidade de um surto importante no Brasil no ano que vem. Enquanto o vetor Aedes aegypti estiver presente na comunidade, temos risco dessas mazelas urbanas. No caso da dengue, é preciso ficar atento também em relação à possibilidade de choque do paciente, pois a doença pode matar em três dias”, observou.

Segundo a especialista, outra arbovirose que merece atenção médica é a chikungunya, uma vez que a circulação do vírus no Brasil não é uniforme em todas as regiões brasileiras. Atualmente, no Rio de Janeiro, a incidência está maior. “Em 2017, foram muitos casos com óbitos por chikungunya no Ceará. Este ano, temos mais casos no Rio de Janeiro. Isso nos leva a perceber que, tecnicamente, o Brasil sempre está permitindo a circulação do vírus”, explicou. Dra. Maria Ângela destaca que os casos quando atingem recém-nascidos são bem diferentes daqueles apresentados em adultos, e que “é preciso alertar desta possibilidade aos médicos que atendem a faixa etária pediátrica, já que a mortalidade é maior nesta faixa etária e em idosos”.