Por dra. Conceição de Matos Segre
Tradicionalmente, admitia-se que a exposição pré-natal ao álcool teria impacto apenas nos descendentes diretamente expostos. Contudo, o artigo “Prenatal Ethanol Exposuer and Neocortical Development: a transgenerational model of FASD” – publicado por Abbott et al. na revista Cereb Cortex. 2018:28(8)2908-2921 – usando um modelo experimental vem demonstrar que os efeitos do álcool podem persistir através das gerações.
Demonstram que inúmeras alterações devidas ao álcool são transmitidas sim através das gerações, incluindo diminuição do peso corporal, do peso cerebral, do tamanho do córtex cerebral, do desenvolvimento anormal das conexões corticais, da expressão diferenciada de RNA, da hipometilação global, entre outras desordens.
Testes comportamentais realizados em três gerações mostraram que a exposição pré-natal ao álcool determina aumento de comportamentos ansiosos e depressivos, bem como uma diminuição na integração sensório-motora e na coordenação motora.
Neurobiologistas sugerem que a exposição pré-natal ao álcool possa gerar modificações epigenéticas específicas que passam a gerações futuras, levando a disfunções em descendentes não expostos álcool.
A demonstração da “herança” do espectro de distúrbios devidos ao álcool, que se acreditava ser diretamente dependente da exposição apenas, cai por terra e torna-se assustadora! Demanda dessa maneira ações urgentes e efetivas no sentido da prevenção!!!
*Coordenadora da Campanha Gravidez sem Álcool da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
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