Até quando?

“Até quando o triunfo do desatino belicista sobre o pensamento civilizado; o primado da força bruta sobre o entendimento cordial; a hierarquia do embuste sobre a têmpera da verdade; o signo do arbítrio sobre a sagração da liberdade; o domínio do dinheiro sobre a essência da vida; a ditadura dos indicadores econômicos sobre a paz …

“Até quando o triunfo do desatino belicista sobre o pensamento civilizado; o primado da força bruta sobre o entendimento cordial; a hierarquia do embuste sobre a têmpera da verdade; o signo do arbítrio sobre a sagração da liberdade; o domínio do dinheiro sobre a essência da vida; a ditadura dos indicadores econômicos sobre a paz social?”. Estas são algumas das inquietantes questões levantadas por dr. Dioclécio Campos Jr., em seu livro “Até quando?”, que a Editora Manole lança no dia 26 de marçoquarta-feira, às19h, no Bar e Restaurante Monumental (SHCS CL, 201 Bloco C – Loja 33. Asa Sul), em Brasília.

Coletânea de artigos – alguns deles já publicados nos últimos anos nos jornais Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Jornal do Brasil, O Globo e Estado de Minas – o livro tem oito capítulos, um deles dedicado inteiramente à infância e à adolescência. São textos que tratam do abandono (“Infâncias clandestinas”; “Crianças no lixo”, “Os Pigmeus do Boulevard”, “Caninos ou meninos de rua?”), da violência (“Pixote II”; “Meninas prostitutas ou prostituídas?”; “Triste fim dos Curumins”), de exploração (“Crianças operárias”) e de esperança (“Licença-maternidade: Seis meses é melhor!”).

Até quando?” aprofunda também a questão da educação plena, como condição para a cidadania, explicita o projeto do presidente da SBP para o ensino público em tempo integral e discute as mazelas da universidade atual, assim como da maioridade penal, um “paliativo de sociedade doente”. Em “Da arte do cuidado à ciência da cura”, o autor trata da medicina em seus vários aspectos, do falso dilema entre a cura e a prevenção e à política de “‘despediatrização’ da Atenção Primária à Saúde”.

Em 219 páginas, textos “contundentes” revelam um “profissional engajado e apaixonado pelas causas sociais”, que utiliza, “não apenas seu conhecimento técnico e científico nas bandeiras que defende, mas, sobretudo, seu coração e suas emoções”, afirma a senadora Patrícia Saboya, da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente no Senado Federal, em seu prefácio. Dioclécio Campos Jr. é professor titular de pediatria da Universidade de Brasília (UnB), doutor pela Universidade Livre de Bruxelas, Bélgica. Em 1996, publicou o livro “Saúde: crise e hipocrisia”. Assumiu a presidência da SBP em 2004, tendo sido reeleito no ano passado.