Nenhuma criança deve morrer de câncer. Esta é a bandeira mundial levantada pela Sociedade Internacional de Oncologia (SIOP), apoiada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Segundo dados da OMS, o câncer é uma das principais causas de morte de crianças e adolescentes em todo o mundo. No Brasil, a média de sobrevida desses pacientes é de 47%. Já em países desenvolvidos, como Estados Unidos, Japão e Canadá, esse valor sobe para 80%.
Em 2018, a OMS criou a “Iniciativa voltada para o Câncer Infantil”, que tem como meta alcançar até 2030 a taxa de 60% de sobrevida para as crianças com câncer vivendo nos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos. Com essa iniciativa, estima-se que cerca de um milhão de vidas sejam salvas.
Segundo a dra. Silvia Brandalise, oncologista pediátrica e presidente do Centro Infantil Boldrini, são várias as causas para essas taxas baixas no País. Um dos motivos, segundo ela, pode estar relacionado à qualidade do ensino sobre a área nas faculdades de medicina. Outro ponto, avalia a especialista, é a desestruturação do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Existem exames de imagem que demoram mais de dois meses para serem realizados e algumas unidades têm dificuldade de obter outros exames marcadores do câncer, por exemplo”, pontua. Além disso, dra. Silva cita que, no Brasil, existem pouco mais de 200 centros credenciados para tratar do câncer da criança, mas um número expressivo deles (cerca de 40%), são serviços que recebem menos de dez novos casos por ano.
Dra. Silvia também ressalta a questão da importação de produtos da Índia e da China para tratamento de câncer sem certificação de qualidade. O uso de tais medicamentos no tratamento pode ocasionar piores resultados, segundo ela.
“Dentro das premissas da SIOP, as crianças têm cinco direitos: diagnóstico precoce adequado; garantia de acesso a medicamentos essenciais; tratamento médico de qualidade; acesso a um suporte paliativo adequado; e, se sobrevivente, a uma qualidade de vida aceitável”, lista a pediatra.
A especialista enfatiza também a importância da participação dos pediatras em todo esse processo. “O pediatra é fundamental no diagnóstico precoce da doença e no encaminhamento do paciente a um centro de tratamento especializado e de qualidade”, conclui.
PED CAST SBP: "TEA e dieta hipoalergênica"
19/05/2025 , 10:22Famílias em Pauta debate saúde mental de crianças e adolescentes
15/05/2025 , 12:03SBP assina Carta de Belém durante evento sobre bancos de leite hu...
15/05/2025 , 11:56SBP pede revogação da Resolução CFM nº 2.427/2025 e propõe criaçã...
15/05/2025 , 17:13Inscrições de trabalhos científicos no 17º Congresso Brasileiro d...
15/05/2025 , 13:53Videocast “RP Convida” recebe o pneumologista pediátrico dr. Leon...
15/05/2025 , 13:45