Campanhas podem ajudar a reduzir peso de material nas mochilas escolares, defende SBP


Representantes da pediatria, da ortopedia, da fisioterapia, do Ministério da Educação e das escolas particulares defenderam a educação como caminho para conscientizar alunos, professores e pais sobre os males que o excesso de peso nas mochilas pode provocar em crianças e adolescentes. O tema foi alvo de audiência pública na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (5), promovida pela Comissão de Educação para debater o Projeto de Lei 3673/2015, que estabelece limite do peso nas mochilas escolares usadas pelos estudantes.  

Para a dra. Cláudia Machado Siqueira, membro do Departamento Científico de Saúde do Escolar e representante da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) na audiência, além do peso e da posição, é preciso estar atento ao tamanho da mochila dos estudantes. Segundo a especialista, o tamanho da mochila deve ser adequado a cada criança, devendo estar cerca de 2 centímetros acima do quadril.  

“As campanhas de conscientização são muito importantes, mas é preciso lembrar que o uso da cadeirinha em veículos, por exemplo, só começou a valer quando veio a lei, que trouxe fiscalização e estabeleceu punições para aqueles que não a utilizam. Então precisamos discutir isso também. O diálogo deve ser contínuo para adequar as leis às necessidades da população infantojuvenil e, neste processo, é extremamente importante que a SBP possa opinar”, enfatizou dra. Cláudia.  

A pediatra destacou ainda que  a   preocupação com os problemas  causados pelo  excesso de peso nas mochilas é internacional. “A literatura atual recomenda que o peso correto da mochila não deve ultrapassar 10% do peso corporal da criança, porém devem ser avaliadas também outras questões importantes, como o tamanho da mochila e o seu uso adequado – alças e cinta abdominal”.  

Para o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que propôs o debate, “a mochila escolar é um item indispensável da rotina escolar e o peso em excesso e ajuste incorreto é fator desencadeador de lesões e dores em partes do corpo”. Já o deputado Fábio Mitidieri (PSD-CE), autor do projeto de lei, citou dados da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), também representada na audiência pública, para justificar a proposta. “Cerca de 70% dos problemas de coluna na fase adulta, são causadas pelo peso e esforço repetitivos na adolescência”, disse.  

A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), se posicionou fortemente contra a possibilidade de punir as escolas pelo peso das mochilas dos alunos, como prevê o projeto. Mas se colocou à disposição para espalhar pelo país campanhas de esclarecimento e conscientização sobre a necessidade de reduzir o peso das mochilas e sobre a forma correta de usá-las. A ideia dos armários nas escolas, para evitar que os alunos precisem carregar material de forma desnecessária, também obteve o apoio da instituição.

*Com informações da Agência Câmara