Após mais de dois anos da declaração oficial de pandemia de covid-19, muitos artigos científicos sobre acertos e erros foram publicados. Foi a partir dessa literatura que o presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dr. Renato Kfouri, conduziu a conferência “Covid pediátrico - O que aprendemos nos últimos dois anos”.
A atividade fez parte do terceiro dia da 3ª edição do Congresso Brasileiro de Urgências e Emergências Pediátricas promovido pela SBP. Durante sua apresentação, o pediatra e infectologista falou sobre a importância de entender que nem toda infecção se traduz em doença; sobre a imunidade de rebanho; a imprevisibilidade e as diversas variantes do vírus; além da importância da vacinação nas crianças e nas gestantes; entre outros aspectos.
Além disso, o especialista falou ainda sobre a vacinação de covid-19 no Brasil e reforçou que a terceira dose deve fazer parte do esquema primário uma vez que só duas doses não conferem a proteção necessária. Com relação ao cenário na população pediátrica, o pediatra mostrou como as crianças são afetadas pela covid e como foram erroneamente deixadas de lado por muito tempo no esquema de vacinação.
Outros pontos ressaltados pelo dr. Renato foram relacionados à Síndrome Inflamatória Multisisstêmica Pediátrica (SIM-P) – quadro complexo e de difícil diagnóstico, em especial nos locais afastados dos grandes centros; e à covid longa. O especialista também mencionou os efeitos adversos e raros da vacinação, que são a miocardites e pericardites, e mostrou como o esquema vacinal adotado pelo Brasil é o mais adequado; e a importância de vacinar as grávidas.
COBERTURA VACINAL – Outro tópico bastante realçado na fala do especialista foi a questão da queda das taxas de cobertura vacinal, tanto em relação à própria covid quanto sobre as outras vacinas pediátricas. Isso ocorre em virtude de alguns fatores, segundo ele, como a disseminação de fake news, dúvidas dos pais sobre eficácia das vacinas e, em especial sobre a da covid-19, houve a crença errada de que a doença não afetava de forma tão pungente a população infantil, entre outros.
“Desde 2015, a cobertura vacinal pediátrica vem diminuindo de forma drástica, mas foi ainda mais acentuado com a pandemia. Atualmente, estamos com uma cobertura pífia e enfrentando um alto risco da volta de doenças já erradicadas e, em especial, a reintrodução da poliomielite. Precisamos incentivar a vacinação pediátrica e trazer as vacinas da covid para nossas crianças”, declarou Kfouri.
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