Evento reunirá especialistas do Brasil e do exterior e já conta com mais de mil inscritos
Entre os dias 2 e 5 de novembro, em Fortaleza (CE), ocorrerá o 19º Congresso Brasileiro de Infectologia Pediátrica (Infectoped), realizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), com objetivo central de levar atualização científica para os especialistas atuantes na área. O evento contará com palestrantes do Brasil e do exterior, que debaterão os mais recentes temas e os avanços científicos no tratamento de doenças infecciosas. “O avanço da ciência é grande e contínuo, assim como a necessidade em atualizar e compartilhar o conhecimento, abordando as infecções que ocorrem nas faixas etárias desde o recém-nascido até o adolescente, além das medidas de prevenção e de tratamento devidos nas diversas regiões de nosso país”, frisa a dra. Luciana Rodrigues Silva, presidente da SBP, cuja presença está confirmada na abertura do evento.
O presidente do Congresso, dr. Robério Dias Leite, diz que o Brasil tem presenciado nos últimos anos o surgimento de novos e velhos desafios para a saúde humana, como os Vírus Zika e Ebola e o ressurgimento do sarampo, e que o Infectoped é uma oportunidade ímpar para atualização dos novos conhecimentos e desafios que as doenças infecciosas representam para a saúde das crianças e dos adolescentes no Brasil e no mundo. “O volume de conhecimentos novos na área de infectologia e, especificamente aquele relacionado com a faixa etária pediátrica, se renova rapidamente, sendo necessária a atualização constante.”, frisa.
PROGRAMAÇÃO ABRANGENTE – De acordo com o dr. Robério, uma das novidades desta edição, que já conta com mais de mil participantes inscritos de todo o País, será a abordagem do microbioma humano para as doenças infecciosas na faixa etária pediátrica. “Esse é um assunto de grande relevância, pois cada vez mais a ciência vem estabelecendo a sua relação com o processo saúde-doença e, por isso, representa um horizonte de conhecimentos a desvendar. Sempre em sintonia com a repercussão dos problemas sociais nas doenças infecciosas, a questão da saúde das crianças refugiadas e imigrantes também será discutida de modo pioneiro”, adianta.
Dr. Robério também conta que haverá discussões sobre os aspectos mais atuais da epidemiologia, prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças infecciosas e o que se tem produzido de conhecimento original nos serviços e universidades brasileiras. “O programa científico foi elaborado para que todos possam compartilhar seus conhecimentos e esclarecer suas dúvidas de modo bem participativo”, observa.
Vírus Zika, Ebola, novas terapias para o tratamento da criança e do adolescente com HIV, emergência sanitária, sífilis congênita, rubéola, sarampo, dentre outras doenças, novos antibióticos e vacinas, as novidades no calendário vacinal também contemplam a programação.
CURSOS PRÉ-CONGRESSO – No dia 02, o curso pré-congresso 1 traz o tema central HIV/AIDS, coordenado pelas dras. Regina Célia Succi e Heloísa Helena de Souza Marques. Uma das palestras será feita pelo dr. Aroldo Prohmann sobre a “Indicação da TARV (terapia antirretroviral) em crianças e adolescentes infectados pelo HIV”, abordando o uso da TARV combinada que revolucionou a perspectiva de vida dos adultos e crianças vivendo com HIV e a possibilidade de redução da transmissão vertical para níveis próximos a zero.
No mesmo dia, no curso pré-congresso 2, coordenados pelos drs. Marco Aurélio Sáfadi e Renato Kfouri, será apresentada a palestra “Desafios na vacinação contra o HPV”, ministrada pela dra. Isabela Balalai. “Esse tema é extremamente relevante, pois trata da prevenção do segundo tipo de câncer de maior relevância para as mulheres, o câncer de colo do útero, que só perde para o câncer de mama. Infelizmente, a cobertura vacinal está aquém do necessário e, seguramente, uma maior conscientização dos pediatras a respeito pode ajudar a reverter essa situação”, comenta o dr. Robério. Para ele, a mudança do esquema da vacina contra o HPV para duas doses e a inclusão dos meninos certamente terão forte impacto na efetividade da vacinação.
No mesmo dia, a dra. Tânia Petraglia fará a palestra “Vacina dengue: o que esperar”, momento oportuno para esclarecer aos pediatras os detalhes da recomendação da primeira vacina contra a doença, feito pelas Sociedades Brasileiras de Pediatria, Imunizações e Infectologia, a fim de mostrar a importância da indicação desse novo instrumento de prevenção de hospitalizações e de casos graves da doença. “Além disso, o desafio de obter uma maior adesão à vacinação em pacientes acima dos 9 anos de idade serão objeto desse debate”, pondera o dr. Robério.
O curso pré-congresso 3 trará a “Atualização em antimicrobianos”, coordenado pelos drs. Eitan Berezin e Fabrízio Motta. Já o curso pré-congresso 4 trará o tema “Medicina tropical: diagnóstico e tratamento”, cuja coordenação está sob responsabilidade dos drs. Robério Dias Leite e Consuelo Silva de Oliveira.
PAINEL E SIMPÓSIO – No dia 03, no painel “Exantema Maculopapular pode ser…”, coordenado pela dra. Ana Maria Revorêdo Ventura, o dr. Robério falará sobre as doenças exantemáticas, abordando as características clínicas do sarampo, doença que recentemente voltou com força inesperada em Pernambuco e no Ceará, determinando um surto de mais de um ano de duração. “Felizmente esse surto já foi controlado. No entanto, é muito importante que as novas gerações de médicos saibam reconhecer suas características específicas, sobretudo num contexto epidemiológico da tríplice epidemia de dengue, chikungunya e zika que estamos vivenciando, doenças essas que guardam semelhanças clínicas como o exantema e a febre”, explica.
No mesmo dia, haverá o simpósio “O que há de novo em infecções congênitas?”, coordenado pela dra. Aida de Fátima Thomé Barbosa Gouvêa. A palestra “Sífilis: situação atual e tratamentos alternativos à penicilina”, conduzida pela dra. Sílvia Regina Marques também é um enfoque atual oferecido aos participantes. “O aumento dos casos de sífilis parece representar um “termômetro” da falta de adesão ao uso de preservativos e, consequentemente, uma repercussão imediata é o aumento do risco de casos de sífilis congênita. Uma estrutura pré-natal de má qualidade, sobretudo nas regiões mais carentes do País, também é determinante para explicar essa situação. Para complicar ainda mais esse cenário, estamos enfrentando a situação de desabastecimento global de penicilina, único tratamento com eficácia segura para o tratamento da sífilis”, expõe o dr. Robério Dias Leite.
PALESTRANTES INTERNACIONAIS – Com sua larga experiência, o dr. George Rutherford (EUA) falará sobre a situação global atual da emergência sanitária de importância internacional representada pelo Zika Vírus e os cenários futuros mais prováveis de usa expansão e repercussões. Os drs. Juan Pablo Torres e Silvana Car (EUA) abordarão o tema infecções respiratórias virais, os desafios na prevenção, tratamento e interação com outros micro-organismos. A dra. Carmen Deseda (Porto Rico) tratará do sucesso do controle da rubéola na região das Américas e o que se deve fazer para preservar essa conquista.
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PREMIAÇÃO – Em parceria com a Sociedade Latino-americana de Infectologia Pediátrica (SLIPE) será oferecido o prêmio Prof. Dr. Calil Kairalla Farhat, que foi professor titular da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina, que dará ao melhor trabalho científico a inscrição e uma quantia correspondente a U$$ 1 mil para participar do próximo congresso da SLIPE, em 2017, no México. “Nada mais justo que o prêmio receba o nome dele, pois o saudoso professor Calil é considerado ícone da infectologia pediátrica no Brasil e na América Latina”, finaliza o dr. Robério.
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