“A infecção de trato urinário (ITU) ” é o tema de novo documento científico produzido pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que foi disponibilizado aos associados nesta semana. O trabalho traz informações atualizadas sobre o diagnóstico e tratamento de infecções bacterianas mais frequentes desse tipo que afetam crianças e adolescentes no Brasil.
“A importância do diagnóstico precoce da ITU é prevenir e minimizar a formação e progressão da cicatriz renal, principalmente no neonato e lactente mais suscetíveis à formação de cicatrizes que como consequência numa fase mais tardia poderão levar à hipertensão e/ou insuficiência renal crônica”, informa o texto.
O texto está disponível no site da SBP, podendo seu download ser feito apenas pelos sócios que estão em dia com o pagamento da anuidade. A mudança na forma de acesso aos documentos produzidos pelos DCs, que são relevantes instrumentos de formação e atualização dos pediatrias brasileiros, foi feita para valorizar o compromisso para com a entidade daqueles que têm cumprido com seus deveres.
O trabalho foi elaborado pelo Departamento Científico de Nefrologia da SBP, presidido pela dra Nilzete Liberato Bresolin. Do grupo, ainda fazem parte a dra Lucimary de Castro Silvestre (secretrária) e os drs Anelise Uhmann, Arnauld Kaufman, Clotilde Druck Garcia e Rubens Wolfe Lipinski (membros do Conselho).
Para os especialistas responsáveis pela produção do documento, o melhor entendimento de sua fisiopatogenia da ITU, o advento da ultrassonografia fetal (detecção precoce de malformações), a investigação por imagem e a instituição terapêutica precoce melhoraram em muito o prognóstico dos pacientes.
A ITU consiste na multiplicação de um único germe patogênico em qualquer segmento do trato urinário, identificado por urocultura coletada por método confiável. É uma doença que acomete principalmente o sexo feminino podendo chegar a 20:1 casos, embora, do período neonatal até os seis meses de idade pode haver predominância no sexo masculino.
O aumento da incidência ocorre entre três e cinco anos de idade, havendo outro pico na adolescência, muito provavelmente devido às alterações hormonais (que favorecem a colonização bacteriana) e, em alguns casos, início precoce de atividade sexual. Tende à repetição podendo ocorrer novo episódio em cerca de 40% das pacientes. A recorrência é mais rara no sexo masculino.
A ITU ocorre quando estas bactérias ascendem à zona periuretral. Oitenta por cento das infecções urinárias adquiridas na comunidade são causadas pela E. coli uropatogênica (UPEC). Outros agentes estão listados são as seguintes bactérias: proteus, klesbsiella, staphylococcus, saprophyticus, enterococcus, enterobacter e epidermidis, dentre outras.
Os sinais e sintomas na criança dependem principalmente da idade do paciente. Crianças menores apresentam sinais e sintomas mais inespecíficos. Febre é o sintoma mais frequente no lactente. A incidência de pielonefrite é maior em crianças menores de um ano e diminui gradativamente quando se aproxima da idade escolar podendo, porém, ocorrer em qualquer idade. Outros sinais e sintomas que nesta faixa etária devem ser levados em conta são: irritabilidade, recusa alimentar, icterícia, distensão abdominal e baixo ganho ponderal.
O documento faz um importante alerta: “o diagnóstico e a terapêutica precoces são fatores principais para evitar a formação da cicatriz renal. Após os dois anos de idade aparecem sintomas mais relacionados ao trato urinário inferior tais como: disúria, polaciúria, urge-incontinência, enurese (em crianças que já apresentavam controle esfincteriano prévio) e tenesmo, quadros clínicos denominados, cistites. Importante observar que estes quadros podem evoluir para pielonefrite”.
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