A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou na última segunda-feira (27) o Documento Científico sobre Estridor, som gerado pela turbulência do ar durante passagem da respiração por local parcialmente obstruído. De acordo com os especialistas, o estridor pode ser inspiratório, expiratório ou bifásico. Tal característica é dependente da localização e do tipo de alteração na árvore respiratória, sendo importante diferenciá-lo de outros ruídos respiratórios, como o sibilo e o ronco.

“O ronco é principalmente inspiratório, mas com timbre mais grave, e em crianças é tipicamente causado por hiperplasia adenotonsilar. O tratamento do estridor só poderá ser adequado após o diagnóstico preciso de sua causa”, aponta o documento. O material foi elaborado pelo Departamento Científico de Otorrinolaringologia da instituição, composto pela dra. Tânia Maria Sih (presidente); dr. Ricardo Neves Godinho (secretário); e os drs. José Faibes Lubianca Neto, Maria Beatriz Rotta Pereira, Melissa Ameloti Gomes Avelino, Rodrigo Guimarães Pereira e Sílvio Antônio Monteiro Marone, membros do Conselho Científico.

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CAUSAS E DEFINIÇÕES – Apesar de laringomalácia e estenose subglótica serem as causas mais frequentes de estridor em lactentes, existem outras alterações que causam estridor e não devem ser tratadas com base em diagnóstico presuntivo. “Estridor não é diagnóstico. É sintoma! É importante a identificação, sob visualização direta endoscópica, da causa do estridor, bem como das comorbidades e as lesões sincrônicas associadas. A endoscopia é a melhor maneira de fazer o diagnóstico específico e planejar o tratamento”, explicam os especialistas.  

Além de definições conceituais, o documento traz ainda o quadro clínico, o diagnóstico e o tratamento mais adequado. Os especialistas também fazem uma abordagem diferencial do estridor na infância e fazem também considerações especiais sobre a atuação do otorrinolaringologista pediátrico em pacientes em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).