Departamento de Endocrinologia apresenta orientações sobre a interrupção da corticoterapia crônica


O Departamento de Endocrinologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou documento com “Orientações para a Suspensão e Retirada da Corticoterapia Crônica”. A publicação tem como objetivo atualizar os pediatras em recomendações para a retirada segura da terapia prolongada com hormônios corticosteroides, uma vez que graves complicações estão associadas à interrupção inadequada do tratamento.

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O texto apresenta de forma objetiva os principais problemas resultantes desse processo, entre eles, o reaparecimento da doença de base; a insuficiência adrenal causada pela supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA); e a síndrome de retirada ou privação dos esteroides. Além disso, também descreve os fatores de maior risco relacionados ao surgimento desses agravos, como o uso de doses farmacológicas; doses diárias; doses noturnas; doses divididas; entre outros.

PLANEJAMENTO – De acordo com a publicação, a retirada ou suspensão da corticoterapia deve ser planejada de modo sistemático e individualizado, em consonância com a avaliação de diversas variáveis. No início da redução da dose, o fator mais importante é sempre a causa da exposição ao tratamento. Outro aspecto importante é a condição clínica do paciente, pois quanto mais crítico for o estado geral da criança ou adolescente ao uso de glicocorticoides, mais rápida deverá ser a redução inicial da dose.

Perguntas sobre a doença de base que levou o paciente a iniciar a corticoterapia, a causa da suspensão, ou ainda, a frequência e características do glicocorticoide que está sendo usado também devem integrar o desenvolvimento de um planejamento eficaz.

“Não há um consenso sobre qual seria o melhor esquema, exatamente pelo fato de existirem muitas variáveis. O objetivo principal é obter uma transição rápida de um estado de hipercortisolismo tecidual para o de retirada total do glicocorticoide exógeno sem desencadear a reaparecimento da doença de base e sem promover insuficiência adrenal ou qualquer dependência”, explicam os especialistas.

O documento destaca que, entre os vários esquemas descritos, com amplas variações, o ponto comum é evitar retiradas abruptas. Recomendações gerais para situações de uso crônico e sem doença de base em atividade, indicam a substituição do glicocorticoide de ação prolongada por um de ação intermediária, seguido por um de curta duração, até alcançar o uso de outra classe de drogas.

O conteúdo do documento foi elaborado pelos membros do DC de Endocrinologia da SBP, composto pelos drs. Crésio de Aragão Dantas Alves (presidente); Kassie Regina Neves Cargnin (secretária); Leila Cristina Pedroso de Paula; Lena Stiliadini Garcia; Paulo Ferrez Collett-Solberg; Raphael Del Roio Liberatore Jr; Renata Machado Pinto; e Ricardo Fernando Arrais.