Departamento de Reumatologia da SBP lança documento sobre autoanticorpos

O Departamento Científico de Reumatologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou na última semana um documento a respeito de autoanticorpos, variedade de imunoglobulinas produzidas como parte da defesa do corpo humano contra infecções e outras constituintes do próprio organismo. Conforme salienta a publicação, a presença desses componentes não implica necessariamente na existência de doença autoimune. No entanto, em algumas situações pode ocorrer essa associação e, por isso, os pediatras devem estar atentos.

“Os autoanticorpos anti-DNA de dupla hélice ou nativo têm alta especificidade para o Lúpus Eritematoso Sistêmico Juvenil (LESJ), especialmente nos pacientes com comprometimento renal. Além disso, podem ser utilizados para monitorar a atividade do LESJ e da Nefrite, sendo considerado ainda um biomarcador para a Glomerulonefrite”, afirma o texto.

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O documento traz também uma explicação sobre os antígenos extraídos do núcleo celular (ENA) e seus respectivos anticorpos antinucleares (ANA). Esses componentes podem estar presentes em diversas doenças, por esse motivo, a publicação fornece quadros de referência com as respectivas manifestações clínicas associadas a cada caso.

Segundo a SBP, nesse contexto, outro fator de importância vital é interpretar corretamente os resultados do fator reumatoide (FR) e dos anticorpos anti-peptídeo cítrico citrulinado (anti-CCP), que podem indicar Artrite Idiopática Juvenil, LESJ, Síndrome de Sjögren, Esclerodermia e na Endocardite Bacteriana e outras. O conteúdo elaborado pelos DC de Reumatologia da SBP traz ainda explanações sobre os anticorpos relacionados às vasculites primárias e tromboses.

O documento salienta também que há inúmeros autoanticorpos associados com doenças pediátricas específicas e o acometimento de órgãos em patologias sistêmicas. Do ponto de vista prático, apesar do envolvimento patogênico, nem todos os autoanticorpos identificados nas doenças preenchem os postulados de Koch para definir uma causa.

“As apresentações das doenças reumáticas pediátricas são muito diversas, dependem da faixa etária e muitas vezes os sinais e sintomas mais típicos se sobrepõem. Desse modo, na maioria das doenças reumáticas pediátricas o diagnóstico é clínico, baseado em sinais e sintomas específicos e na exclusão de outras doenças por diagnóstico diferencial com infecções e neoplasias”, finaliza o texto.