Dia Mundial da Sepse: campanha alerta para o reconhecimento precoce e o tratamento imediato da doença

Em alusão ao Dia Mundial da Sepse (13 de setembro), o Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), com o apoio institucional da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e demais instituições parceiras, realiza a campanha "Pense: pode ser sepse". Sob os pilares #previna #reconheça #trate #reabilite, a campanha tem como objetivo chamar a atenção dos profissionais da área da saúde e a população para o reconhecimento precoce da doença e iniciar o tratamento imediato.

A sepse – conhecida popularmente como infecção generalizada ou septicemia – é a presença de disfunção orgânica ameaçadora à vida em decorrência da resposta desregulada do organismo a uma infecção, seja ela causada por bactérias, vírus, fungos ou protozoário. A doença é a principal responsável por óbitos dentro dos hospitais.

“Medidas simples têm se mostrado muito efetivas na redução da mortalidade por sepse em diversos hospitais do País. Por isso, reconhecer os sintomas e os métodos preventivos da sepse são fundamentais”, explica a presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva. Ela destaca o importante trabalho realizado no País pelo ILAS, em São Paulo, que, pelo oitavo ano consecutivo, estimula uma campanha nacional voltada para o tema (saiba mais em www.diamundialdasepse.com.br).

VEJA AQUI AS PEÇAS DA CAMPANHA 2020

CASOS – Dados levantados pela Global Sepsis Alliance (GSA), surgem a cada ano cerca de 30 milhões de novos casos no mundo. De acordo com o ISLA, desse total de casos, seis milhões são neonatais e 10 milhões por sepse materna. É uma das doenças mais comum e menos reconhecida, tanto em países em desenvolvimento como desenvolvidos. 

O ILAS estima cerca de 670 mil casos por ano em adultos, dos quais 240 mil falecem. A mortalidade no Brasil pode chegar a 55% dos casos registrados, enquanto a média mundial está em torno de 30-40%. 

Ao contrário do que se pensa, sepse não é só um problema para pacientes internados em hospitais, pois grande parte dos casos são atendidos nos serviços de urgência e emergência. A doença é responsável por 25% da ocupação de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no Brasil, sendo a principal causa de morte nas UTIs e uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia, superando o infarto do miocárdio e o câncer. 

SINAIS DE ALERTA – Os médicos devem suspeitar de sepse sempre que houver dois sinais de Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SRIS) e/ou uma disfunção orgânica clínica ou laboratorial. É preciso estar atento aos sinais de alerta da doença: febre; aceleração do coração; respiração rápida; fraqueza; pressão baixa; diminuição da urina; sonolência e confusão.

O grupo de maior risco para o desenvolvimento da sepse é formado por crianças prematuras e abaixo de um ano e idosos acima de 65 anos; portadores de câncer; pacientes com AIDS ou que fazem uso de quimioterapia ou outros medicamentos que afetam as defesas do organismo contra infecções; pacientes com doenças crônicas como insuficiência cardíaca, insuficiência renal e diabetes; usuários de álcool e drogas; e pacientes hospitalizados que utilizam antibióticos, tubos para medicação (cateteres) e tubos para coleta de urina (sondas).  Apesar disso, qualquer pessoa pode ter sepse.

DOCUMENTO CIENTÍFICO – Em fevereiro de 2019, o Departamento Científico de Terapia Intensiva da SBP divulgou o documento “Sepse grave e choque séptico pediátrico”. A publicação tem como objetivo atualizar os pediatras em relação às últimas diretrizes da Surviving Sepsis Campaign (SSC), uma iniciativa global que reúne organizações profissionais com intuito de melhorar o tratamento da sepse e reduzir a alta taxa de mortalidade associada à condição.

ACESSE AQUI O DOCUMENTO

De acordo com o documento, o reconhecimento precoce do choque séptico e adesão a essas diretrizes, com estabilização rápida do paciente, evidenciaram uma redução de mortalidade de 4% para 2%. A publicação traz diferentes quadros esquemáticos a respeito dos componentes fundamentais para o manejo da sepse e choque séptico, entre eles: o controle do foco infeccioso; utilização de terapêutica com antimicrobianos; e o suporte de órgãos e sistemas do corpo humano (cardiovascular, respiratório, renal, entre outros).