Conhecida popularmente como infecção generalizada ou septicemia, a Sepse é um conjunto de sintomas que mostra um quadro de estado inflamatório em todo o organismo. Para chamar a atenção sobre este grave problema de saúde pública, responsável por 25% da ocupação de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no Brasil, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) enfatiza neste Dia Mundial da Sepse (13 de setembro) a importância das ações de conscientização sobre o tema entre profissionais de saúde.
“Medidas simples têm se mostrado muito efetivas na redução da mortalidade por sepse em diversos hospitais do País. Por isso, reconhecer os sintomas e os métodos preventivos da sepse são fundamentais”, explica a presidente da SBP, dra. Luciana Silva. Ela destaca o importante trabalho realizado no País pelo Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), em São Paulo, que, pelo quinto ano consecutivo, estimula uma campanha nacional voltada para o tema (saiba mais em www.diamundialdasepse.com.br)
No Dia Mundial da Sepse 2017, o ILAS prevê mobilizações de conscientização em pelo menos 17 cidades brasileiras: Belo Horizonte, Blumenau, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Manaus, Palmas, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo, Teresina e Vitória. Neste dia, serão distribuídos folhetos informativos para a população e também folders e cartazes em farmácias populares para alertar a população para essa temática. “Além dos profissionais, a conscientização da população para o problema também faz parte dessa importante luta pela redução de casos de sepse no Brasil”, acrescentou a presidente da SBP.
O presidente do ILAS, dr. Luciano Azevedo, explica que “o reconhecimento precoce da sepse é a chave para o tratamento adequado”. Segundo ele, todas as instituições devem treinar suas equipes, principalmente as de enfermagem, para reconhecer os primeiros sinais de gravidade e dar atendimento preferencial a esses pacientes nos serviços de urgência. O médico alerta ainda que o tratamento adequado nas primeiras seis horas tem clara implicação no prognóstico e na sobrevida dos pacientes.
DADOS ALARMANTES – Atualmente, estima-se que a enfermidade atinja cerca de 670 mil brasileiros todos os anos, sendo a principal causa de morte nas UTIs e uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia, superando o infarto do miocárdio e o câncer.
Manifestando-se como diferentes estágios clínicos de uma mesma síndrome é, para o médico, um de seus maiores desafios. Ainda hoje, de cada dois pacientes com formas mais graves da síndrome, um pode evoluir para óbito nos serviços de emergência ou de terapia intensiva. Os que sobrevivem podem ter sequelas que alteram sua qualidade e seu tempo de vida.
O Dia mundial da sepse busca alertar a população leiga e lembrar aos profissionais de saúde, que o tempo é fundamental para salvar vidas. A mortalidade em nosso país pode chegar a 55% dos casos registrados, enquanto a média mundial está em torno de 30-40%.
Segundo dados levantados pela Global Sepsis Alliance (GSA), surgem a cada ano cerca de 30 milhões de novos casos no mundo. A médica intensivista e membro da diretoria do ISLA, dra. Flávia Machado, diz que desse total de casos, seis milhões são neonatais e 10 milhões por sepse materna. “É uma das doenças mais comum e menos reconhecida, tanto em países em desenvolvimento como desenvolvidos”, alerta.
GRUPOS DE RISCO – O grupo de maior risco para o desenvolvimento da sepse é formado por crianças prematuras e abaixo de um ano e idosos acima de 65 anos; portadores de câncer; pacientes com AIDS ou que fazem uso de quimioterapia ou outros medicamentos que afetam as defesas do organismo contra infecções; pacientes com doenças crônicas como insuficiência cardíaca, insuficiência renal e diabetes; usuários de álcool e drogas; e pacientes hospitalizados que utilizam antibióticos, tubos para medicação (cateteres) e tubos para coleta de urina (sondas).
Apesar disso, qualquer pessoa pode ter sepse. “Embora não existam sintomas específicos, todas as pessoas que estão com infecção e apresentam febre, aceleração do coração, respiração mais rápida, fraqueza intensa e, pelo menos, um dos sinais de alerta, como pressão arterial baixa, diminuição da quantidade de urina, falta de ar, sonolência excessiva ou ficam confusos (principalmente idosos) devem procurar imediatamente um serviço de emergência ou o seu médico”, esclarece o dr. Luciano Azevedo.
CONSCIENTIZAÇÃO – O atraso na procura de auxílio é apontado como um dos principais entraves a ser vencido. Pesquisa realizada pelo Instituto no primeiro trimestre de 2017, em 134 municípios brasileiros, mostrou que 86% dos entrevistados nunca tinham ouvido falar sobre sepse. Já 98% sabiam sobre infarto do miocárdio.
Em 2016, a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) reforçou o tema com a divulgação dos dados do estudo Sepse 3.0, uma pesquisa conduzida por uma força tarefa de especialistas dos Estados Unidos e Europa, que promoveu uma atualização para a definição destas ocorrências médicas.
Com a mesma preocupação, em 2014 o Conselho Federal de Medicina (CFM) orientou que, em todos os níveis de atendimento à saúde (de unidades básicas de saúde a unidades de terapia intensiva), fossem estabelecidos protocolos assistenciais visando o reconhecimento precoce e a pronta instituição das medidas iniciais de tratamento aos pacientes com sepse.
A diretriz está na Recomendação 6/2014 que, entre outras providências, sugere ainda a capacitação dos médicos para o enfrentamento deste problema cada vez mais incidente – devido ao aumento da população idosa e do número de pacientes imunossuprimidos ou portadores de doenças crônicas, criando uma população suscetível para o desenvolvimento de infecções graves.
*Com informações da assessoria de imprensa do ISLA e do CFM
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