Em alusão ao Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou nota reforçando a importância de proteger as crianças e adolescentes dessas substâncias e seus efeitos. Anualmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) escolhe um tema para a campanha de conscientização da população e o desse ano é "Proteger os jovens da manipulação da indústria e prevenir o uso de tabaco e nicotina".
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Segundo dados da OMS, o tabaco mata até metade de seus usuários e mais de oito milhões de pessoas anualmente. Mais de sete milhões dessas mortes são resultado do uso direto do tabaco, enquanto cerca de 1,2 milhão são resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo. Além disso, cerca de 80% dos 1,1 bilhão de fumantes do mundo vivem em países de baixa e média renda.
"O Dia Mundial Sem Tabaco é uma data na qual temos que parar para rever as nossas condutas em relação ao tabaco. É um dia marcante e que a mídia coloca esse tema em pauta e temos que aproveitar para continuar a luta antitabágica. A indústria do tabaco viciou e matou muitas pessoas e isso continua até os dias atuais", enfatiza o especialista em álcool e outras drogas da SBP, dr. João Paulo Becker Lotufo.
Conforme explica o documento, assinalado também pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Médica Brasileira (AMB), a indústria do tabaco tem como foco a captação dos jovens para o consumo de seus produtos com nicotina que viciam, por meio de estratégias de marketing. Sempre incorporando o contexto social, as inovações e design tecnológicos, os modismos, e os conceitos de cada época.
"O tabagismo é uma doença pediátrica. Cerca de 70% e 80% dos jovens se tornam tabagistas antes dos 20 anos de vida. A cada dia, de 80 a 100 mil jovens se tornam dependentes da nicotina, ingressando em um ciclo de escravidão física, psicológica e comportamental promovido pelos produtos derivados do tabaco", explicita o texto.
PAPEL DO PEDIATRA - Nesse sentido, o pediatra tem relevância na prevenção do uso de tabaco por crianças e adolescentes. "A primeira escola da criança é a família e o pediatra tem obrigação de trabalhar essa questão do tabaco com a eles. Essa luta começa intraútero porque se mãe é tabagista, temos que trabalhar porque senão a criança pode nascer prematura ou ter mais inúmeros problemas de saúde, por exemplo. Além disso, depois pode ocorrer o tabagismo passivo, a mãe que fuma está mais perto da criança e a quantidade de nicotina que ela vai receber passivamente pode ser muito grande", explica dr. João Lotufo.
Por isso, é muito importante que, em toda a consulta pediátrica, seja feito aconselhamento breve (AB) sobre álcool, tabaco e outras drogas. De acordo com dr. João, o aconselhamento leva em torno de quatro minutos e, se 25 mil pediatras fizessem quatro aconselhamentos breves por dia haveria 100 mil AB em 24 horas, três milhões por mês e 36 milhões por ano. "Com este ato poderíamos diminuir o tabagismo entre as famílias de pacientes e abolir ou pelo menos retardar a experimentação precoce do tabaco e outras drogas", diz o especialista.
Segundo o dr. Lotufo, levantamento da Universidade de São Paulo (USP) com 6.500 estudantes que vivem no seu entorno revelou que a abordagem do tema e o diálogo na família sobre drogas lícitas, incluindo também o álcool, podem reduzir ou adiar em 50% as chances de experimentação entre os jovens. Outro dado bastante elucidativo sobre a evolução do vício em cigarro é que a primeira experiência do adolescente geralmente acontece na faixa etária entre os 11 e 15 anos de idade.
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