Dira Paes e a maternidade: confissões de uma mãe de primeira viagem

Em entrevista à CRESCER, a atriz – estrela da Semana Mundial da Amamentação – conta todos os detalhes da chegada de Inácio Ana Paula Pontes Aos 39 anos, a atriz Dira Paes é mãe pela primeira vez. E mesmo com a maturidade, ela confessa: teve medo de não conseguir amamentar Inácio, seu filho com o …

Ana Paula Pontes

dira smamAos 39 anos, a atriz Dira Paes é mãe pela primeira vez. E mesmo com a maturidade, ela confessa: teve medo de não conseguir amamentar Inácio, seu filho com o fotógrafo Pablo Baião. Conversar com Dira é ter a certeza de que a maternidade traz a felicidade plena em qualquer fase da vida da mulher, mesmo com a chegada antecipada do bebê, que nasceu prematuro no último mês de abril, aos 7 meses e meio e com 2 quilos.

Para a atriz, amamentar é um dos momentos mais incríveis da maternidade. E por acreditar na importância desse elo entre mãe e filho, a atriz topou ser a estrela da campanha que a Sociedade Brasileira de Pediatria e o Ministério da Saúde irão lançar durante a Semana Mundial da Amamentação, de 1 a 7 de agosto. “Amamentar é um gesto de humanidade e integração”, afirma.

Num bate-papo descontraído, por telefone, com a CRESCER, ela conta sobre a alegria que foi descobrir a gravidez e a realização que sentiu quando Inácio chegou em casa depois de passar alguns dias na UTI para ganhar peso. “Tudo em casa foi feito para ele”, diz.

CRESCER – Como descobriu que estava grávida?
DIRA PAES - Foi mágico. Descobri em setembro do ano passado. Como tenho um ciclo menstrual regulado, estranhei quando a menstruação atrasou, mas achei que fosse um distúrbio hormonal. Estava em Belém, e soube da notícia ao lado da minha mãe e minha irmã. Ficamos muito emocionadas. Estou casada com Pablo há três anos. A gravidez chegou no momento que ela quis.

CRESCER – E você logo avisou seu marido?
DP - Sim. Estava no meio de uma reunião e teve que agüentar a felicidade calado para poder comemorar depois.

CRESCER – Como foi sua gravidez?
DP - Foi ótima. Engordei 15 quilos. Era mais do que tinha imaginado, mas não passei vontade. Acho saudável ter alegria na gravidez, sem ficar presa a números. As regras não podem te aprisionar. O importante é ter serenidade e paz de espírito. Agora só faltam 4 quilos para perder.

CRESCER – Inácio chegou antes da hora. O que aconteceu?
DP - Tive uma placenta muito pequena, por isso o parto precisou ser antecipado. Mas, graças ao ultrassonografista, que é o meu sogro, tive um monitoramento bem de perto para acompanhar o crescimento do bebê. O máximo que deu para segurar a gravidez foi até os sete meses e meio. Mas ele nasceu ótimo, perfeitinho, mamando.

CRESCER – Então você estava preparada para um parto antecipado…
DP - Sim, mas fiquei torcendo até o último minuto para que fosse normal. Seria ótimo se pudesse ter sido normal, mas, nesse caso, para um bebê um pouco abaixo de 2 quilos a perda de caloria seria grande. E percebi que o que envolve a mãe e o bebê é um universo de equilíbrio, com coisas boas de um lado, não tão boas de outro…

CRESCER – Como foi o dia do parto?
DP - Não estava preparada para aquele dia. Antes de ir almoçar com a família, fui fazer um ultrassom para acompanhar os batimentos cardíacos do bebê. Precisei ir para a clínica imediatamente porque seria mais seguro para o bebê crescer fora da barriga a partir daquele momento. Foi lindo. Meu marido assistiu ao parto e ficou o tempo todo comigo. Fizemos um filme mas, como em casa de ferreiro o espeto é de pau, não conseguimos tirar fotos. Elas ficaram todas borradas (risos).

CRESCER – E como foi o momento que você teve de se separar de Inácio e deixá-lo no hospital?
DP – Não foi um drama. ficou na UTI neonatal para ganhar peso e só poderia sair quando estivesse com 2,2 kg. Parecia um “bichinho mamador” quando começou a mamar. A UTI assusta, mas por outro lado é um lugar de aprendizado incrível. Você aprende, na prática, com as enfermeiras e os médicos, o que é lidar com o bebê. Eu não fiz o curso de gestante porque já tinha experiência com minhas sobrinhas. Para o meu marido e para mim foi um momento de felicidade. Uma história linda.

CRESCER – E o seu filho mamava todos os dias mesmo estando na UTI. Como era a rotina?
DP - Ele mamava normalmente. Mas, na UTI, você não entra depois das 22 horas até às 8 da manhã. Eu tirava o leite e deixava para ele tomar durante a noite. Tivemos calma com o ganho de peso de Inácio porque mais importante era ele ganhar imunidade, que só o leite materno dá.

CRESCER – Você preparou o seio para a amamentação?
DP -
 Tomei sol no seio e fiz algumas massagens. Estava com medo de não ter leite. E um dos momentos mais emocionantes foi no dia seguinte ao parto. Chamei a doutora e disse que não estava saindo leite. Ela apertou e saiu o colostro. É emocionante saber que você vai poder alimentar o seu filho.

CRESCER – Como foi o dia que você pode levar seu filho para casa?
DP - Foi esplêndido. Tudo na minha casa foi feito para ele. Dormir sem o Inácio parecia que eu tinha sonhado que tinha um filho. No outro dia, quando acordava para ir à maternidade, acreditava de novo que tinha um bebê. Esse dia foi a realização de um sonho, cuidar dele.

CRESCER – Além do seu marido, quem mais te ajudou a cuidar do bebê nos primeiros dias?
DP -
 A minha mãe ficou comigo nesses primeiros meses. Eu e meu marido optamos por não ter babá agora no começo. Como nossos trabalhos são flexíveis, estamos nos equilibrando, e é um prazer incrível. Se o bebê está chorando, é você quem consola e entende do que ele precisa. Meu marido diz que o bebê fala porque simula exatamente o que quer e o que está sentindo. E você aprende a ouvi-lo.

CRESCER – O que te motivou a fazer a campanha para a Semana Mundial da Amamentação?
DP - É importante mostrar que a mãe é suficiente para o seu filho e que amamentar é um gesto de humanidade e de integração. Durante a amamentação é como se mãe e filho fossem a mesma pessoa. É uma devoção, como Pablo diz. E também um ato de prazer. E quando temos o apoio de outras pessoas é ter paz de espírito, descanso e você acaba produzindo mais leite.

CRESCER – Pretende ter mais filhos?
DP -
 Sim. Acho saudável a criança ter um irmão. Tenho seis e, mesmo com as diferenças, nosso relacionamento é ótimo.

CRESCER – Quer voltar em breve ao trabalho?
DP - Nunca paro de trabalhar. No segundo semestre tenho o lançamento do meu livro infanto-juvenil “Menina Flor e o Bebê”, e no fim do ano começo a gravar na TV.