O sono em crianças e adolescentes é uma preocupação constante dos pais e médicos, uma vez que hábitos que combinam a qualidade e quantidade de horas desse descanso são essenciais para um bom desenvolvimento cognitivo comportamental, emocional e físico. Estudos indicam que 25% das crianças em diferentes faixas etárias têm características que podem ser compatíveis com distúrbios de sono. “Estes distúrbios são frequentes e preocupantes em todas as faixas etárias”, disse a pneumologista pediátrica da Universidade Federal de São Paulo, dra. Beatriz Barbisan, durante sua conferência sobre o tema no 39º Congresso Brasileiro de Pediatria.
A especialista destacou que noites mal dormidas ou sonos de baixa qualidade durante o dia podem resultar em perdas neurocomportamentais, prejuízo no desempenho, problemas no rendimento escolar, alteração de humor, prejuízo social e, em alguns casos, até uma ruptura familiar. Entre os tipos mais comuns de problemas de sono excessivo, citou a narcolepsia, sonolência excessiva idiopática, síndrome de Kleine Levin e a do Sono Insuficiente. Em muitos destes casos, dependendo do momento em que o diagnóstico é feito, é possível o tratamento apenas com o desenvolvimento de hábitos saudáveis no horário que antecede o sono, sem a necessidade de medicamentos.
Dra. Beatriz destacou que os pais devem investir nos chamados “hábitos de higiene do sono”. Estes incluem a manutenção de horários regulares para dormir, evitar a ingestão de cafeína e chocolate, não fazer refeições pesadas á noite, não ter períodos de privação de sono, telas e iluminação excessiva, entre outros. “São conselhos básicos, que, com algumas variações, como evitar o uso de álcool e refrigerantes à noite para os adultos, servem de regra geral para todas as faixas etárias conseguirem sonos tranquilos e reparadores”, disse.
Em todos os tipos de distúrbios, inclusive as parassonias, o diagnóstico acertado e o mais cedo possível, analisando o histórico da criança, é fundamental. Além disso, ela afirmou que o conhecimento sobre os assuntos relacionados ao período de vigília ou ao sono das crianças é um passo importante. “Durante muito tempo esse tema foi ignorado. Só começou a ter mais destaque a partir do ano de 2000. Parecia que antes a medicina era voltada somente para o período em que as crianças estavam despertas, como se o período do sono não existisse”, declarou.
A pneumologista, que é membro do Departamento de Medicina do Sono da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), disse ainda que os pais, ao perceberem algum tipo de intercorrência no sono, devem procurar ajuda para atenuar o problema. “E a questão de impor limites, tão falada nos dias atuais, também precisa ser exercida no assunto do sono, porque os pais são educadores e estão perdendo um pouco isto em todos os aspectos”, refletiu.
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