Em alusão ao Dia Mundial sem Tabaco, revista RP abordar o tema no podcast da semana

Em comemoração ao Dia Mundial sem Tabaco, celebrado nesta sexta-feira (31), o podcast da revista Residência Pediátrica convidou o dr. João Paulo Becker Lotufo para abordar o tema. O pediatra é representante da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) para o assunto álcool, tabaco e drogas.

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“O Brasil é o quarto país em número de ex-fumantes e conhecido mundialmente por seu trabalho de prevenção ao uso do tabaco. Na época de nossos avós, o cigarro concedia status àqueles que o utilizavam. No entanto, eles desconheciam os poderes viciantes e os diversos malefícios da droga. Hoje, de 20% a 25% dos adolescentes com até 17 anos já experimentaram a maconha e, infelizmente, também desconhecem seus prejuízos para a saúde”, analisa o dr. Lotufo.

O médico reforça que qualquer substância fumada será prejudicial aos pulmões e que, por décadas, a indústria do cigarro omitiu da sociedade os diversos problemas causados pelo uso da nicotina, um dos motivos que levaram o cigarro a ocupar espaço de destaque no cotidiano. “A indústria agora está lançando uma nova forma de fumar por meio do cigarro eletrônico, informando que essa versão traz menos danos à saúde. Contudo, a propaganda é toda voltada aos jovens. Será que eles estão realmente querendo reduzir os danos? Ou estão interessados que os jovens aprendam uma nova forma de fumar, que também levará à dependência?”, indaga o especialista.

Dr. João enfatiza ainda a importância de o pediatra conversar com seus pacientes. “Use um tempo de sua consulta fazendo o aconselhamento breve sobre álcool e drogas, que consiste em conversar e trazer notícias novas sobre essas questões do tabagismo, do álcool e da maconha. Esse método é o que funciona na prevenção”, explica.

DESAFIOS – Mais de 7 milhões de pessoas morrem todo o ano em decorrência do tabaco, conforme estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Desse total, é também significativo o número de fumantes passivos que são vítimas fatais do cigarro. Um dos maiores problemas relacionados ao tema é a alto risco do aparecimento de doenças cardíacas entre os usuários de fumo.

Além dos problemas relacionados ao coração, o tabaco tem relação com uma infinidade de doenças pulmonares, como enfisema, e cânceres, como de pulmão, boca, língua e estômago. Sendo assim, os governos e as entidades médicas e de promoção da saúde, têm desenvolvido campanhas para estimular o abandono do tabaco.

Segundo o dr. Lotufo, levantamento da Universidade de São Paulo (USP) com 6.500 estudantes que vivem no seu entorno revelou que a abordagem do tema e o diálogo na família sobre drogas lícitas, incluindo também o álcool, podem reduzir ou adiar em 50% as chances de experimentação entre os jovens. Outro dado bastante elucidativo sobre a evolução do vício em cigarro é que a primeira experiência do adolescente geralmente acontece na faixa etária entre os 11 e 15 anos de idade.

“A batalha deve ser a da prevenção, pois quem começa a fumar antes dos 21 anos de idade, quando o cérebro ainda está em formação, terá um nível de dependência muito maior. Outro dado que reforça a urgência da prevenção é que o jovem não se preocupa com o vício. Em geral, ele só vai se sensibilizar para os riscos que o cigarro provoca à sua saúde e buscar algum tipo de terapia depois dos 40 anos. Esse é mais um motivo pelo qual a estratégia mais assertiva é prevenir o fumo”, diz dr. João.

PRÓXIMO PROGRAMA – Na próxima semana, a dra. Maria Carolina Porto falará sobre erros inatos do metabolismo. Até lá!

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