A presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra. Luciana Rodrigues Silva, publicou recentemente o artigo “A mulher e a medicina”, na Revista APM, da Associação Paulista de Medicina (APM), em que ressalta que o preparo das mulheres para o exercício da Medicina no Brasil.
Segundo a autora, o aumento significativo da participação feminina na profissão evidencia que elas, ao longo das últimas décadas, vêm assumindo cada vez mais espaço na graduação e no mercado de trabalho. Desde 2009, o volume de mulheres formadas no País tem sido superior ao de homens.
Atualmente, as médicas já são cerca de 40% dos profissionais da Medicina brasileira. No ritmo registrado, em oito anos devem representar a mesma proporção dos homens. Hoje, já respondem pela maioria entre os médicos com menos de 29 anos de idade e em 13 das 52 especialidades.
Dra. Luciana destaca ainda que a Pediatria é uma destas áreas que concentram mais mulheres: são cerca de 70% dos 43 mil pediatras. Elas também têm relevância percebida em Medicina de Família e Comunidade (54,2%), Clínica Médica (54%) e Ginecologia e Obstetrícia (51,5%).
“Esta ‘femininização’ não é monopólio brasileiro. Levantamento realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico revela que as mulheres passaram a ter maior representatividade em 30 países do bloco. Foram de 28% do total de médicos, em 1990, para 38%, em 2005”, diz a autora em trecho do artigo.
DIFERENÇAS – Dra. Luciana chama a atenção sobre o fato de que ainda existe diferença na remuneração entre homens e mulheres, baseada num estudo divulgado em 2019 pela Universidade de São Paulo. Os pesquisadores apontam que um homem tem quatro vezes mais chances do que uma mulher de estar no grupo dos profissionais mais bem remunerados.
Além disso, elas estão comprimidas, sobretudo, no grupo de profissionais que possuem as menores faixas salariais. A análise realizada conclui que em torno de 80% das médicas têm renda de até R$ 12 mil ao mês.
O estudo aponta ainda que elas também ocupam poucos cargos de gestão nos serviços públicos e privados e na esfera de representação de classe – conselhos, associações e sociedades de especialidade – ainda possuem um espaço discreto.
“É hora de mudar esse cenário e ver cada vez mais mulheres contribuindo com a defesa da Medicina, dos médicos, e da população. Assim, poderão influenciar com sua visão de mundo, forjada na experiência, na solidariedade e no compromisso com o próximo, debates e tomadas de decisões”, finaliza a autora no artigo.
* Confira a íntegra do artigo no Portal da APM (www.apm.org.br)
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