A integrante do Departamento Científico de Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra. Maria Albertina Santiago Rego, representou a entidade na oficina de trabalho do Projeto Apice On, de Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia. Organizado pelo Ministério da Saúde, durante as atividades do 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva da Abrasco, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o encontro teve como objetivo discutir os desafios da formação nos hospitais de ensino para uma melhor assistência à mulher e ao bebê.

O evento promoveu discussões articuladas entre diferentes instituições da sociedade civil. Em sua participação, a especialista da SBP salientou a importância da organização estruturada do atendimento perinatal, com ênfase na presença do pediatra nas salas de parto, como forma de alcançar práticas clínicas mais eficazes.

“É prioritária a inclusão do pediatra na composição das equipes multidisciplinares de atenção à mãe e ao recém-nascido no momento do parto. A discussão sobre a assistência neonatal deve passar necessariamente por estratégias de enfrentamento do desafio, que envolve a redistribuição dos especialistas pelo País, com foco nas regiões menos favorecidas e distantes das grandes capitais”, disse a dra. Maria Albertina.

Na ocasião, a especialista destacou ainda a necessidade de sistematizar a disposição dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatais no País, através da regionalização e descentralização da assistência. De acordo com dados do Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES), levantados em abril deste ano pela SBP, no Brasil, faltam cerca de três mil leitos destinados a crianças que nasceram antes de 37 semanas e que apresentam quadros clínicos graves ou necessitam de observação.

Durante o evento, foram abordadas também algumas das atuais lacunas no atendimento pré-natal no Sistema Único de Saúde (SUS), como a dificuldade de acesso regular aos médicos e a determinados exames. A falta de infraestrutura dos centros hospitalares e a necessidade de melhorias na condução dos protocolos clínicos também foram citadas.