O I Simpósio Nacional de Pediatria Integrativa realizado pelo Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa (CABSIN) e Núcleo de Estudos da Medicina Integrativa da Criança e do Adolescente da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) reuniu experiências de pesquisadores e trouxe abordagens de ensino e políticas voltadas ao cuidado e bem-estar da criança e do adolescente no Brasil. A iniciativa inédita ocorreu de forma on-line nos dias 22 e 23 de outubro.

Representando a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o 2º vice-presidente da instituição, dr. Edson Ferreira Liberal, integrou a mesa de abertura ao lado de renomados especialistas do Brasil e defendeu a criação de uma agenda de projetos e programas para fomentar a área por meio da fundamentação científica e debate.

"A realização desse evento é muito importante, uma vez que a pediatria integrativa consiste em uma abordagem centrada na pessoa, por meios de práticas convencionais e integrativas, baseadas em evidências científicas. Esse tipo de atendimento visa minimizar os problemas de saúde na infância e a reduzir os riscos de doenças crônicas da vida adulta", salientou.

Na conferência magna, o coordenador do Simpósio, dr. Ricardo Ghelman, apresentou aos participantes o “Panorama mundial da pediatria integrativa”. Na oportunidade, ele destacou as experiências de grandes hospitais na Alemanha, Holanda e Estados Unidos, como a Residência em Pediatria Integrativa em Stanford (EUA); e alguns programas de fellowships em medicina integrativa nos EUA e Canadá.

O especialista também apresentou parcerias pioneiras entre instituições nacionais e internacionais como a Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Charité de Berlin, na Alemanha; além das diretrizes de dez países do documento “The São Paulo agreement on integrative pediatrics: a consensus-based document fostering integrative health of children and adolescents globally”, publicado em 2021, na revista Complementary Therapies in Medicine.

TEMAS – Entre os assuntos discutidos estavam os marcos regulatórios para embasar a incorporação da pediatria integrativa como parte de política pública intersetorial informada por evidências; experiências exitosas de diferentes modelos multimodais de cuidado incorporando de forma complementar a ioga, meditação, acupuntura, toque terapêutico, suporte nutricional e reorganização neurofuncional.

Os especialistas abordaram ainda outros temas: massagem, aromaterapia e musicoterapia, como exemplos para melhora da qualidade de vida em pacientes pediátricos em oncologia, reumatologia, nefrologia, neonatologia em várias instituições; resultados positivos para diversos desfechos clínicos após intervenção com terapia musical e terapia de apreciação da natureza para pacientes oncológicos em enfermaria e unidade de terapia intensiva, assim como alimentação isenta de glúten e laticínios para crianças nefropatas em hemodiálise na USP.

“O ponto alto do evento foi conhecer conceitos, pesquisas e experiências de sistemas médicos complexos como medicina tradicional chinesa, acupuntura, homeopatia, medicina antroposófica e ayurveda em pediatria. E nos intervalos tivemos a oportunidade de assistir aos vídeos premiados do documentário “Território do Brincar”, que apresentava experiências de brincadeiras ao ar livre em todo Brasil”, disse dr. Ricardo Guelman. 

Além da SBP e SPSP, também participaram do encontro os representantes da Organização Panamericana de Saúde (Opas/ OMS), Ministério da Saúde (MS), Associação Médica Brasileira (AMB), Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope), de Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp) e Universidade de São Paulo (Itaci- HC FMUSP), Universidade do Meio Ambiente e Cultura da Paz (Umapaz/SVMA-SP), Abrasco, Fiocruz e outras.