Após décadas de extensos programas de vacinação, a poliomielite foi eliminada de praticamente todos os continentes, ficando restrita a dois países: Afeganistão e Paquistão. Porém, no começo deste mês, autoridades de saúde de Israel notificaram um caso circulante de poliovírus tipo 3 em uma criança não vacinada de 3 anos e 9 meses. Além disso, em fevereiro deste ano, o Malaui relatou um caso importado do Paquistão de poliovírus selvagem do tipo 1. Diante desse cenário mundial preocupante e considerando as baixas coberturas vacinais de todas as vacinas no Brasil, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) acaba de emitir a nota de alerta “Risco de poliomielite e sarampo, em um cenário de baixas coberturas vacinais no país”.
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A entidade reitera, por meio Através do Departamento Científico de Imunizações, a importância da manutenção de elevadas e homogêneas coberturas vacinais. Faz, ainda, um alerta às autoridades brasileiras, para que implementem estratégias que aumentem as taxas de vacinação e restabeleça a confiança nas vacinas, reduzindo a hesitação em se vacinar, principalmente na população pediátrica.
Dr. Renato Kfouri, presidente do Departamento, enfatiza o papel do pediatra nessa missão. “Conclamamos aos pediatras brasileiros que se engajem mais no controle das cadernetas de vacinação durante o atendimento pediátrico. Para que, dessa forma, possam contribuir para melhores coberturas vacinais e, consequentemente, para levar maior proteção às crianças e aos adolescentes”, declara.
POLIOMIELITE – A poliomielite é uma doença altamente transmissível causada pelo poliovírus, que invade o sistema nervoso e pode causar paralisia total em poucas horas. O vírus é transmitido de pessoa a pessoa principalmente pela via fecal-oral e, menos frequentemente, por água ou alimentos contaminados, e se multiplica no intestino.
Não existe tratamento específico, mas a doença pode ser prevenida através da vacinação. Desde 2015, as coberturas vacinais vêm caindo no Brasil, atingindo seus piores marcadores no período pandêmico. Em 2020, a cobertura vacinal por grupo alvo para poliomielite foi de 75,88% e para a segunda dose de tríplice viral foi de 62,75%.
Em 2018, representantes da SBP, da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), em parceria com o Rotary Internacional sob o apoio do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI), assinaram conjuntamente um manifesto que alertava para o risco de reintrodução da poliomielite e do sarampo no Brasil. Na oportunidade, as entidades conclamaram aos profissionais de saúde, à sociedade civil organizada e a toda população a participarem das campanhas de vacinação.
SARAMPO – O documento destaca também o incremento nos últimos anos do número de casos de sarampo no País, como consequência das baixas coberturas vacinais. Em 2016, o Brasil recebeu a certificação da eliminação do vírus, porém, em 2018, foram confirmados 10.346 casos da doença.
Em 2019, o país perdeu a certificação de “zona livre do vírus do sarampo”, dando início a novos surtos, com confirmação de 20.901 casos da doença. Já em 2020, foram confirmados 8.448 casos; e da semana epidemiológica 45 de 2021 a 4 de 2022 foram confirmados 23 casos no estado do Amapá, dois casos no Rio de Janeiro e um caso no Pará. No ano de 2021 foram registrados dois óbitos pela doença no Amapá em menores de um ano de idade.
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