A hesitação vacinal e os seus impactos na infância e na adolescência foram tema de um seminário realizado pelo Ministério da Saúde, nos dias 3 e 4 de novembro. O evento aconteceu em São Paulo e contou com o apoio da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), representada pelo dr. Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da entidade.

A iniciativa, que começou em 2021, já está em sua quarta edição e busca abordar, em cada edição, questões relacionadas a determinadas regiões do País, sendo o Sudeste, Sul e Centro-Oeste o foco deste mês. Além da SBP, participaram do evento representantes da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Programa Nacional de Imunizações (PNI), Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), Ministério Público, Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

Segundo dr. Renato Kfouri, o objetivo principal do seminário foi discutir a hesitação vacinal, ou seja, a insegurança de muitos pais em vacinar os seus filhos. “Esse fato ocorre, principalmente, devido à disseminação de conceitos equivocados sobre a segurança e a eficácia das vacinas, as chamadas fake news. Porém, outros fatores também influenciam na redução das taxas de coberturas vacinais, como a dificuldade de acesso aos locais de vacinação; a desinformação; a falta de campanhas e de treinamentos de recursos humanos nas salas de vacinação; dentre outros. E várias dessas questões vêm sendo discutidas no seminário”, ressaltou. 

Em sua fala no evento, o pediatra abordou os riscos da reintrodução da poliomielite e do sarampo no País. “O sarampo já foi reintroduzido e, hoje, enfrentamos o risco da reintrodução da pólio. Obviamente, a SBP é a grande protagonista nesse cenário de recomendação de vacinas e de cumprimento de calendário vacinal. E, por isso, não poderíamos ficar de fora desse evento, onde, além da minha apresentação, também representei o dr. Clóvis Francisco Constantino, presidente da SBP, na sessão de abertura”, detalha.