10/05/12 – Um grupo de doenças heterogêneas, caracterizadas por uma ou mais alterações no sistema imunológico, que trazem como consequência a propensão a grande número de infecções, que podem ser de evolução crônica e grave, com risco de complicações e hospitalizações. Essas são as Imunodeficiências Primárias, que atingem principalmente crianças e adolescentes e ainda são subdiagnosticadas. Por isso, a SBP, por iniciativa do Departamento Científico de Alergia e Imunologia, instituiu14 de maio como Dia Nacional de Alerta para o problema. Na próxima segunda-feira, os associados estão convidados para uma aula do Programa de Atualização Continuada à Distância, às 20h. Assista, ao vivo, pelo portal da SBP e leia, a seguir, a entrevista com o dr. Pérsio Roxo Júnior, presidente do Departamento Científico de Alergia e Imunologia da Sociedade e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
SBP Notícias: Dr. Pérsio, o que são exatamente as chamadas “Imunodeficiências Primárias”?
Dr. Pérsio: Um grupo de doenças heterogêneas, caracterizadas por uma ou mais alterações no sistema imunológico. Como consequência, o indivíduo se torna mais propenso a apresentar um grande número de infecções, as quais podem ser de evolução crônica e grave, com maior risco de complicações e hospitalizações.
Por que a SBP acha tão importante chamar a atenção para o assunto? Ainda são subdiagnosticadas?
Sim.
Atingem principalmente crianças e adolescentes?
Sim, porque são congênitas e hereditárias (cerca de 80% dos casos ocorrem nessa faixa etária).
Que cuidado o pediatra precisa ter?
O pediatra é o profissional que mais atende crianças com infecções de repetição, deve estar atento para a possibilidade de uma imunodeficiência.
Há dados relacionados ao problema?
A prevalência dessas doenças no Brasil ainda é desconhecida.
O que ocorre quando o diagnostico é tardio?
O risco de morte e complicações devido às infecções é maior, piorando o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes.
O que ocorre quando o diagnóstico é “no tempo certo”?
O tratamento é instituído mais precocemente, evitando ou minimizando as complicações e melhorando o prognóstico e a qualidade de vida. Lactentes portadores de imunodeficiência combinada grave, por exemplo, quando diagnosticados antes de três meses de vida, podem ser curados com o transplante de células tronco-hematopoéticas.
Há prevenção?
Como as imunodeficiências primárias são hereditárias, os pais devem ser encaminhados para realização de aconselhamento genético.
E o tratamento, como é?
Existem diferentes formas de tratamento, entre as quais estão medicações para estimular a produção de glóbulos brancos, reposição mensal de imunoglobulinas, terapia gênica (ainda não disponível no Brasil) e o transplante de células tronco-hematopoéticas, indicado em alguns casos e já realizado em alguns centros no País. O mais importante é que as imunodeficiências sejam correta e precocemente diagnosticadas, para que o tratamento mais adequado tenha início o mais precocemente possível.
No 14 de maio, próxima segunda-feira, os pediatras poderão assistir uma aula sobre o assunto, pelo portal. Mas, além disso, o que o sr. propõe?
Sugiro que nós, pediatras, não apenas esclareçamos as dúvidas dos pacientes, mas aproveitemos a oportunidade do Dia Nacional de Alerta (14 de maio) para nos envolvermos em atividades educativas com pais e cuidadores em escolas, por exemplo. Lembro que, no portal da Sociedade (em Departamento Científico de Alergia e Imunologia), há alguns textos que podem ajudar (“10 Sinais de alerta para diagnóstico das imunodeficiências primárias” e “Perguntas e respostas sobre imunodeficiências primárias”).
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