Crianças e adolescentes devem comparecer aos postos de vacinação até 22 de setembro para colocar em dia a sua imunização. Esse é o período da Campanha de Multivacinação do Ministério da Saúde. Neste ano, serão convocados mais de 47 milhões de crianças menores de cinco anos, crianças de nove anos e também adolescentes de 10 a 15 anos incompletos para atualizarem o calendário vacinal.

CONFIRA QUADRO COM AS DOSES DISPONÍVEIS

Em junho passado, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgaram um manifesto público, no qual conclamam a população, os médicos e demais profissionais de saúde a se contraporem ao movimento antivacinas, que surgiu nos países mais desenvolvidos e tem ganhado adeptos no Brasil. Essa manifestação foi, inclusive, abordada em editoriais publicados no último fim de semana nos principais jornais de Brasília (Correio Braziliense), Minas Gerais (O Estado de Minas) e Pernambuco (Diário de Pernambuco).

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Para as duas entidades, a falta injustificada de vacinações pode causar o aumento da morbidade e da mortalidade de crianças, de adolescentes e da população adulta, “consolidando um retrocesso em termos de saúde pública”. Na nota, a SBP e o CFM alertam os pais e responsáveis sobre a importância de levarem crianças e adolescentes aos postos de saúde para receberem as doses constantes no calendário vacinal. “Não se vacinar ou impedir que as crianças e os adolescentes o façam pode causar enormes problemas para a saúde pública, como o surgimento de doenças graves ou o retorno de agravos de forma epidêmica, como a poliomielite, o sarampo, a rubéola, entre outros”, cita o documento.

CAMPANHA - Nos 12 dias de mobilização, 13 vacinas para crianças e oito para adolescentes estarão à disposição da população. A campanha envolverá 36 mil postos fixos de vacinação e 350 mil profissionais de saúde. Além do envio de 143,9 milhões de doses de vacina de rotina, o Ministério da Saúde ainda distribuiu aos postos de saúde 14,8 milhões de doses extras de 15 vacinas para a campanha.

As crianças somente estarão protegidas com calendário de vacinação em dia. Por isso, o Ministério quer, com a mobilização, reforçar o acesso às vacinas, alertando estados e municípios da importância de manter elevadas coberturas vacinais, evitando o reaparecimento de doenças já controladas ou mesmo eliminadas no País. Os números estão preocupando as autoridades sanitárias.

COBERTURA BAIXA - Dados sobre vacinação recomendada para crianças ao nascer ou menores de um ano, de acordo com os dados do Programa Nacional de Imunizações (PNI), apontam que 760 mil crianças ainda não receberam a BCG; 950 mil a vacina hepatite B; e 470 mil crianças não tomaram as doses com pneumocócica e rotavírus.

Há ainda 240 mil crianças não imunizadas com a vacina de meningite C. Já a penta e poliomielite também apresentam um grande número de crianças sem vacinação (déficit de 320 mil para a penta e de 790 mil para pólio). Os dados apontam baixa cobertura em outras doses. Por exemplo: vacina tríplice com 150 mil crianças por vacinar; meningite C com menos 180 mil crianças imunizadas; 840 mil crianças sem vacina para hepatite A; e 1,1 milhão sem a para DTP. 

A situação é mais crítica nas vacinas para adolescentes. No caso da meningocócica C, são 5,9 milhões de adolescentes (de ambos os sexos, na faixa de 12 e 13 anos) que ainda não se vacinaram. O mesmo ocorre na vacina de HPV, onde apenas 47% das meninas de 9 a 15 anos tomaram as duas doses e 23,6% dos adolescentes do sexo masculino foram vacinados.

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