Está disponível para leitura e download a quarta edição da “Caderneta de Saúde da Criança: Instrumento de Promoção do Desenvolvimento”. O documento, produzido pelo Departamento Científico de Comportamento e Desenvolvimento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), apresenta recomendações e sinais aos quais o pediatra deve estar atento para avaliar o crescimento do paciente e detectar possíveis anormalidades.

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Nesta edição, são abordados os aspectos do desenvolvimento de crianças entre seis e nove meses. “A segunda fase do primeiro ano de vida da criança é marcada por mudanças muito rápidas, associada à percepção por parte da criança de que ela e a mãe ou cuidador(a) não são uma só pessoa e que essa outra pessoa pode em algum momento ir e não mais voltar”, explica a publicação.

Segundo o texto, esta é uma fase divertida, na qual a criança começará a explorar de fato o meio em que ela vive. Além disso, as relações de troca com o adulto surgem de forma mais frequente e continuam modificando a arquitetura cerebral.

DESENVOLVIMENTO MOTOR – De acordo com os especialistas, após os seis meses de idade, o bebê já consegue sentar-se sozinho, sem ajuda ou com mínimo suporte de um adulto e consegue ficar um bom tempo sem cair para os lados ou para a frente. Além disso, ele leva os objetos à boca, percebendo a forma e textura.

“Nessa fase, a criança rola em todas as direções, inclusive durante o sono, o que requer muito cuidado por parte de seus cuidadores. Brincar de jogar um brinquedo ou objeto e depois pegá-lo de volta, faz parte dessa etapa do desenvolvimento”, diz o texto.

DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL – Segundo o texto, nesta etapa do desenvolvimento ocorre também um aumento da reciprocidade social entre a criança e o cuidador. As pessoas ainda são mais interessantes que objetos e os bebês nesta fase são capazes de compreender-se como um ser separado da mãe e do mundo, passando a perceber a intenção do cuidador, reconhecer alguns objetos e brincar com as mãos, pés, roupas e brinquedos.

É esperado que o lactente se preocupe com ruídos altos, como aspiradores de pó, batidas ou com uma voz em tom severo. As crianças passam a demonstrar preferência por determinadas pessoas, objetos ou lugares e a muitas vezes choram quando outra criança chora.

DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM – Nessa fase, a criança ainda passa de fato a reconhecer seu nome e atender quando é chamada ou se vira para tentar encontrar a origem de algum som mais chamativo. “É muito importante conversar com a criança e estimular os aspectos de linguagem, relacionando determinado som com determinada ação. Também é essencial conversar com o bebê e aguardar a sua resposta”, enfatiza o Guia.

Além disso, se, durante essa etapa de desenvolvimento, a criança não demonstra reação a algum som novo ou não reage quando é chamada pelo nome, ou se ela não imita o som que lhe é dito, deve ser avaliada criteriosamente.

EQUIPE – A 4ª edição do Guia Prático integra uma série de 11 volumes, organizados por faixa etária, especialmente desenvolvidos pela SBP para auxiliar os pediatras a utilizar a Caderneta da Criança e do Adolescente. A iniciativa surgiu após a aprovação da Lei 13.438/2017, em outubro, que torna obrigatória a adoção da Caderneta em consultas pediátricas para todas as crianças durante os seus primeiros 18 meses de vida.

O DC de Desenvolvimento e Comportamento é formado pela dra. Liubiana Arantes de Araújo (presidente); dr. Lívio Francisco da Silva Chaves (secretário); dra. Adriana Auzier Loureiro; dra. Ana Márcia Guimarães Alves; dra. Ana Maria Costa da Silva Lopes; dr. João Coriolano Rego Barros; e dr. Ricardo Halpern.